ELEMENTOS DA VOZ - REFERÊNCIAS


ELEMENTOS DA VOZ - REFERÊNCIAS


O Núcleo do Teatro de Brecht publicou os Cadernos do Teatro em mídia impressa que foi distribuído aos participantes dos cursos e do Núcleo para que houvesse um conhecimento básico sobre as técnicas de teatro para os iniciantes.

Aqui está sendo mostrado o volume nº 6 que versava sobre técnicas de empostação de voz e uso do diafragma.




"O TEATRO É A ARTE DA PALAVRA."
EXPRESSÃO VOCAL TÉCNICA DA VOZ

Nas Artes Cênicas deve-se dar substancial atenção às falas quando da interpretação de personagens em peças e espetáculos teatrais. Portanto, a voz cumpre papel determinante na mensagem do espetáculo e na sua temática. Para uma correta interpretação dos personagens deve-se dar atenção especial a voz produzida, de acordo com o que é descrito nas páginas a seguir.
EMISSÃO
Atenção especial deve ser prestada ao poder da emissão da voz, de modo que o espectador não apenas escute a voz do ator perfeitamente, mas seja penetrado por ela. O ator deve explorar a sua voz para produzir sons e entonações que o espectador seja incapaz de imitar.
RELAXAMENTO
Despojamento de todas as tensões musculares; atividade desencadeada por um processo de auto-observação e remoção da tensão desnecessária, que deve se transformar num hábito diário, constante e sistemático. O perigo da tensão é também inerente a voz e a fala: a pressa, o nervosismo, balbuciar as palavras, cuspir frases inteiras, etc.
EXERCÍCIOS
TRONCO: Deixe pender o tronco de forma que os braços fiquem balançando molemente. Levante-o lentamente, tomando consciência do espaço;
PESCOÇO: Deixe a cabeça, inclusive a nuca, pender frouxamente para frente. Eleve-a até a posição vertical, mantenha-a em perfeito equilíbrio. Relaxe a mandíbula;
OMBROS: Eleve suavemente os ombros, sem participação ativa dos braços, bem alto, quase até as orelhas. Solte-os pesadamente, deixando-os cair sem reter o movimento.
BRAÇOS: Eleve-os até a altura dos ombros, contraindo as mãos. Em seguida, solte-os molemente. Um de cada vez, depois os dois juntos.
RESPIRAÇÃO
A respiração é a base de toda a arte de dizer, é ela que controla a articulação, a pontuação e o próprio gesto. O ato respiratório divide-se em dois movimentos: inspiração e expiração. A inspiração é o ato que faz com que o ar penetre nos órgãos respiratórios até a base dos pulmões. A expiração é o ato que faz sair o ar inspirado produzindo a voz.
Existem três tipos de respiração:
1 - Torácica, superior ou peitoral;
2 - Inferior ou abdominal;
3 - Total (peitoral e abdominal).
RESPIRAÇÃO ABDOMINAL
É a mais natural, porém, é a menos usada. Somente as crianças e os velhos a utilizam normalmente. O movimento da respiração abdominal se localiza no abdômen, pois ao inspirarmos o ar, o diafragma (músculo que separa o ventre da base do peito) comprime o abdômen que desce e vem para frente. Assim, o peito conserva-se imóvel. A expiração é o contrário, isto é, o diafragma sobe e o ventre retorna ao lugar de costume. Essa é a melhor maneira de respirar, pois além de não cansar, facilita a movimentação do ator. Sem essa respiração abdominal, não é possível dizer bem, por isso, ela tem que ser usada, e às vezes, com a respiração peitoral em conjunto.
RESPIRAÇÃO PEITORAL
É toda realizada no peito, na caixa torácica, é muito fatigante, e às vezes provoca gesticulação forçada, ao elevar os ombros.
RESPIRAÇÃO TOTAL (ou abdominal-peitoral)
É geralmente usada para armazenar grande quantidade de ar. O seu processo se realiza em primeiro lugar, com respiração abdominal, depois finaliza com a peitoral. A respiração abdominal serve para pausas curtas, a total para as longas.
OBS.: Nunca o ator deve deixar seus pulmões sem ar. Toda movimentação do gesto e da mímica é feita durante a inspiração. Ao levantarmos de uma cadeira para dizer uma determinada fala, primeiro inspiramos o ar, levantamos e dizemos a palavra. Ao dizer a fala, já estaremos na expiração, que põem em movimento a voz. Nunca devemos esperar a necessidade de respirar. Toda respiração no teatro, deve ser feita pelo nariz e pela boca, na primeira nas pausas maiores e na segunda, nas menores.
EXERCÍCIOS
De pé, postura correta, língua descontraída, boca fechada, olhos descontraídos. Cruzando os braços, coloque as suas mãos sobre as cinco últimas costelas e dê ordem mental para que elas se alarguem (inspiração). Pausa e volte a posição primitiva (expiração).
Inspirar, pausa, expirar com SSSSSSSS Inspiração nasal, suave, lenta, profunda, silenciosa. Expiração bucal, soprando muito suavemente, lábios em posição de assoviar. Não esquecer da pausa (no máximo 15 segundos). Inspirar, pausa.
Expiração inicial com a boca aberta emitindo: MMMMOOOOCONMMMOOCOOMMMM. Pequenas inspirações rápidas pelo nariz até sentir que os pulmões estão cheios de ar. Pausa.
Expirar emitindo: SSSSSSSS ZZZZZZZ IIIIIII. Movimentos de contração e relaxação diafragmática com SSSS Inspirar, pausa, IAOQUE Inspirar, pausa, Patacá, Petequê, Pitiqui, Potocó, Putucu, dando a direcionalidade do som.
OBS.:Os exercícios respiratórios deverão ser feitos durante pouco tempo, mas todos os dias.Não os faça todos de uma vez, mas vá variando no decorrer do dia. Se sentir tonturas pare, descanse e recomece até não sentir mais tontura nenhuma. Bocejar, espreguiçar, relaxar em todos os intervalos.
RESSONÂNCIA
 Um número quase infinito de caixas de ressonância pode ser criado, dependendo do controle que o ator exerce sobre seu instrumental físico. A tarefa das caixas de ressonância fisiológicas é aumentar o poder de emissão de voz. Sua função é comprimir a coluna de ar na parte específica do corpo escolhida como um amplificador da voz:
CAIXA DE RESSONÂNCIA DA CABEÇA OU SUPERIOR - colocando-se a mão na parte superior da testa e enunciando a consoante "m", devemos então sentir uma vibração definida. De modo geral, a caixa de ressonância superior é usada quando se fala com um volume alto de voz;
CAIXA DE RESSONÂNCIA DO TÓRAX - Funciona quando se fala com um baixo volume. Para verificar se esta funcionando coloque uma mão no tórax, que deve vibrar;
CAIXA DE RESSONÂNCIA DA LARINGE - usada nos teatros orientais e africanos. O som produzido lembra o rugir dos animais selvagens. É também característico de alguns cantores negros de jazz. OBS.:Os exercícios ressonanciais são feitos com zumbido, a possibilidade mais frutífera está no uso de todo o corpo como caixa de ressonância
EXERCÍCIOS ORGÂNICOS
O Ator deve sempre permitir reações vocais espontâneas em vez daquelas que são friamente calculadas. Os seguintes exercícios são úteis para isso: Use a voz para criar em torno de você um círculo de ar duro ou suave. Envie a voz através de um canudo largo e, depois, através de um canudo estreito, etc. Ações vocais contra objetos: use sua voz para fazer um buraco na parede, para virar urna cadeira, para apagar uma vela, para acariciar, use a voz como se fosse um machado, uma tesoura, etc.
DICÇÃO
É o conjunto de regras que dá beleza e colorido na escuta falada. A regra básica para uma boa dicção é expelir as vogais e "mastigar" as consoantes. A pontuação é parte da dicção que estuda o valor da pontuação gramatical e da pontuação expressiva. A Pontuação Gramatical já é conhecida de todos nós e nos facilita a análise do texto e a Pontuação Expressiva são certas interrupções que fazemos na leitura para facilitar a respiração e valorizar certas frases ou palavras para lhe dar melhor expressão. Não pronuncie as letras com demasiada distinção, isso tira a vida da palavra. A dicção é um meio de expressão. A multiplicidade de dicção existentes na vida deve ser também encontrada no palco. Assim como na vida não há um só tipo de dicção, mas inúmeros, dependendo da idade, saúde, caráter, estrutura psicossomática do indivíduo, da mesma forma não existe urna única forma de dicção cênica no teatro. Cada papel necessita de um tipo de dicção e, mesmo dentro da estrutura do mesmo papel, as possibilidades oferecidas pelas modificações de dicção devem ser exploradas ao máximo.
EXERCÍCIOS: parodiar a dicção de conhecidos retratar personagens (religioso, político, etc.), caracterizar particularidades psicossornáticas (falta de dentes, nervosismo, etc).
PRONÚNCIA
A parte da arte de dizer que estuda a harmonia e correção da palavra falada. Deve-se ter, na pronúncia das palavras, o maior cuidado em articular perfeitamente todas as sílabas e valorizar os acentos das mesmas. A boa articulação é que dá clareza e força a voz. Fazem parte do estudo da articulação todas as pronúncias nasaladas ou puras. As vozes nasaladas não são as produzidas pelo nariz, mas as que possuem características semelhantes. Exemplo: tempo, chão, em, imã.
PAUSAS
As pausas são determinados silêncios, com que separamos as palavras na dicção. São as pausas de valor imenso na arte de dizer. Além de descansar o aparelho respiratório, elas facilitam o texto na arte de dizer e a compreensão do texto. A respiração, a qual já vimos como se processa, depende do tempo que dura a pausa. Se for curta deverá ser feita pela boca e abdominal, se for longa, pelo nariz e total (abdominal-peitoral). É importante não abusar das pausas. A pausa atinge seu propósito nestas condições: Seu uso parcimonioso, somente quando acrescenta expressividade. a diminuição de pausas respiratórias, que devem ser rápidas e suaves. É aconselhável fazê-las coincidir com as pausas lógicas. Deve-se dar prioridade as pausas "falsas" ou artificiais criadas por um intervalo. Por intervalo, queremos dizer a transição de um tom para outro.
ANÁLISE DE TEXTO
Antes de pretendermos dizer, haverá necessidade de saber o que vamos dizer. Devemos ver sempre em primeiro lugar a intenção do autor, qual a idéia principal do texto estudado. Portanto dessa idéia dividimos em trechos principais, frases principais e frases incidentes: as frases principais daremos um maior valor, às outras usaremos como contrastes, isto é, procurando dar um colorido a frase, que é o claro-escuro da arte de dizer. Apesar de já conhecermos respiração, pontuação, dicção,etc, falta-nos ainda como transmitirmos tudo isso. É através da expressão, que chegamos a inflexão vocal.
INFLEXÃO
Aqui reside a maneira de expressar pela voz os sentidos e as intenções que encontramos através da análise. Pode-se dizer uma frase de várias maneiras, cada uma delas com uma intenção diferente. Assim, a inflexão é também a modulação pela significação. O apoio principal da inflexão, é a palavra de valor, que como seu próprio nome diz, é aquela que dá força ao pensamento a ser dito. Para encontrarmos essas palavras, devemos sempre partir da análise do texto, e unicamente o sentido que designa a palavras ou grupos de palavras de valor. Às vezes descobrimos a palavra de valor nas respostas.
Exemplo: Se dissermos assim: Vai hoje a cavalo a cidade com seu filho? Resposta; Não, irei a pé. Vai hoje a cavalo a cidade com seu filho? Resposta: Não, vou ao campo. Finalmente: Vai hoje a cavalo a cidade com seu filho? Resposta: Não, vou só. Fica demonstrado que a palavra de valor se desloca conforme a resposta, para acompanhar sempre o sentido da interpretação. Logo toda a palavra ou grupo de palavras pode ter valor, dependendo do sentido que devemos dar a inflexão.
EXPLORAÇÃO DOS ERROS
O ator deve ter presença de espírito para inserir rapidamente na estrutura do papel qualquer erro involuntariamente cometido durante a representação. Em lugar de parar ou começar, deve continuar, explorando o erro como um efeito. Por exemplo, se o ator pronuncia urna palavra errada não deve corrigir-se mas repetir a pronúncia errada em outras palavras, a fim de que o espectador entenda isso como parte da estrutura do papel. Esta técnica naturalmente, exige um comando dos próprios reflexos, bem como qualidade de improvisação. Faz parte também da arte de dizer, a maneira de ouvir, todavia seu estudo, que é parte também da arte de representar, deve preocupar o ator. Muitas vezes uma frase ao ser pronunciada trás um jogo fisionômico, um gesto, um estado de alma, que não deve ser independente do que está ouvindo.
SEMPRE VOLTANDO A VOZ
Partindo da visão de que devemos interpretar o homem, antes de interpretar a máquina, ou simultaneamente, indissolúvel e inseparadamente, alcançamos a criar uma classificação de voz original.
VOZ EXPRESSIVA: É a voz rica de apelo, que se comunica, que chega ao auditório cheia, boa, inteira. A voz impressiva é a de quem praticamente não quer papo, fala para ele mesmo, impressiona para dentro, não descarrega, acumula.
VOZ REPRESSIVA: É a que está contida pelo próprio maquinismo vocal prejudicado, como no caso de certo tipo de voz ventricular que, além de tudo, quer manter seu segredo, trancando-o para que não se torne público.
VOZ PROGRESSIVA: É a que acompanha a idade normal de seu usuário. Há vozes jovens que progridem para vozes mais maduras até alcançarem as características de voz de velho.
VOZ REGRESSIVA: É uma voz estabelecida que regride de etapa, com medo, buscando proteção, retirando-se da luta e da realidade, com temor da ação e da responsabilidade.
VOZ ESTACIONÁRIA: É a que ocorre na falta de muda vocal, quando a voz pára, estaciona e teima em seu falsete revelador.
HIGIENE VOCAL
Vivemos dentro de uma poluição alarmante, por vezes. A voz é atingida pelas mudanças de temperatura ambiente. Numa sala de espetáculos a temperatura pode ter variações amplas, de acordo com o local e condições do ar condicionado. Uma boa higiene vocal pressupõe saúde geral e do aparelho fonador. Pressupõe não falar, poupar a voz, em ambiente ruidoso. O som intenso, atualmente usado, com tanta freqüência, obriga a falar acima dele, o que cria problemas. O fumo e o álcool são de efeito prejudicial, mesmo o fumar pouco. Beber, ocasionalmente, não compromete. Não respeitar o próprio limite é algo que deixa lastros negativos. Há pessoas que, embora bem preparadas vocalmente, esquecem que a boa técnica não exclui o cansaço, quando não se respeitam as naturais limitações de qualquer ser humano. Levar em conta, sempre, a acústica das salas. Não abusar da voz nunca e especialmente durante resfriados, gripes. "Acreditar" no microfone e no telefone. Muita gente esquece da técnica de microfone e berra quando fala ao telefone. As vozes de hoje refletem toda a mutação que o mundo vem sofrendo. Existem artistas que agridem a própria laringe, de forma verdadeiramente incrível, usam de efeitos especiais que ao não serem compreendidos, devidamente, e condenados lhes roubam a personalidade interpretativa. A amplificação do som em certas apresentações dá a impressão de que arruinará a voz de qualquer um, o que não se tem verificado, na proporção esperada, pela nova forma de tratamento sonoro, de aparelhagem aperfeiçoada e até corretiva. O bom sono é essencial.
RESPIRAÇÃO CORRETA
Quando explicamos a nosso paciente que sua respiração é incorreta, supõe-se, dá-se de barato, que nós sabemos como a respiração correta se realiza. Sabemos:
ELA É COSTO-ABDOMINAL
A EXPANSÃO TORÁCICA SE FAZ SEM ESFORÇO EXPANSÃO DA BASE PULMONAR
EXPANSÃO DAS COSTELAS COM O CEDER CQNTROLADO DO ABDÔMEN QUE NA EXPIRAÇÃO SE CONTRAI À PROPORÇÃO QUE AS COSTELAS TAMBÉM BAIXAM
EXERCÍCIOS PARA A VOZ (das aulas da professora Lilia Nunes)
VOGAIS Ó e Ô
Para emitir a vogal O a posição dos órgãos bucais assemelha-se à do A; apenas a língua afastá-se ligeiramente dos dentes inferiores, os lábios vêm à frente tomando uma forma circular que se fecha mais para o Ô. A laringe desce.
EXERCICIOS Aspirar e expirar emitindo Ô, Ó, Ô, Ó. Expiração alternada: Mó - mô - Jó - mô Mon - tom- som - dom. Mó - só - dó - pó. Côr - dôr - flor - por. Ti Nós - pós - vós - cós. Variar entre tons graves e médios.
EXERCÍCIOS para a sonorização do O e articulação.
Ler lentamente, acentuando as tônicas:
Bolo - Solo - Gogó - Cômodo - Sonoro - Olhos - pombo -Bolor - fofo - foto - rondó - cômoro - bombordo - copos - tombo - condor - jogo - voto - zodá - tômolo - colosso - blocos - lombo - mocho - polo - totó - fósforo - formoso - ossos - rombo - por - novo - colo - socó - prólogo - socorro - cosmos - ponto - corvo - toldo - logo - bozó - pródromo - gostoso - poros - sonho -forno - róseo - cano - bocó - quóquolo - consolo - jogos - ombro - porto - olho - floco - vovó - nodoso - monstro - morto - ovo - moto - mocá - brócolo - poroso - gol - longo - rolo - rôdo - poro - zorá - córcoro - doloso - mongol - pronto - gorro - osso - gosto - forró - bósloro - jocoso -. golfos - tonto - gorro - fosco - modo - Mossoró - cóscoro - sossobro - poltros - ronco -forro - cófo - probo - socorô - zoófobo - moroso - toldos - pronto - morro - ógro - dolo - Xopotó - monólogo - pomposo - soldos - trono - prorrogo - potro - rodo - cobocá - horóscono - bento - soltos - gongo - horroroso. O gongôlo do som jocoso do sonoro forrobodó. Gostosos bonbons, bolos odorosos, ovos mornos no côfo do colono. O tom monótono do monólogo provocou gostoso sono. Os ossos do torso do corpo do moloso morto no lodo do póço. No sossôbro o Comodoro colocou o formoso condor ao topo do toldo. O colono tomou o ovo do pombo. O logro do moço no cômodo do dono do jôgo. O corso côxo tombou do pólo oposto ao golfo. Os olhos do horroroso mocho no tronco nodoso do cômoro. O zoólogo tomou o polvo do zoófobo. O promotor comprou o horóscopo do Ostrogodo.
VOGAL U
A forma da cavidade bucal torna-se alongada para a emissão da vogal U pela posição dos lábios que se projetam para frente, mais contraídos que para o Ô, e também da língua que se eleva em direção ao véu do paladar. A laringe desce muito.
EXERCÍCIOS
Aspirar e expirar emitindo: Mmmu - Mmu - Mmu - tons graves. Variar as vogais: Bum - tum - rum - vum. Sus - bus - nus - luz - cruz. Surdo - Russo - curto - burgo. Colocar a voz no peito com muito relaxamento muscular e dizer: Dun-dum - mulum - vumvum - zumzum - mussum.
EXERCÍCIOS (para sonorizar a Vogal U e de articulação.)
Ler lentamente acentuando a tônica das palavras seguintes:
Dudu - Luz - Rum - Sul - Umbu - tutú - cruz - burmu - Flux - mutum - juju - truz - urú - sulfur - vumvum - zulu - cuscuz - sururu - sulco - mussum - muçu - mutuns - mururu - vulto - dundum - chuchu - uruçus - cunduru - pulso - lundum - bucu - culto - mutumbu - zulu - zunzuns - juburu - curul - Jurumum - cupu - gurguz - mucurro - Bulbul - murundu. Ler lentamente acentuando as tônicas. (Cantar em retotono). O glu glu dos urubús no furrundú do murundú. O zunzum de uruçus no mucurungu. No mutuhutu pululam urutús, surucucús, sucurujús e cucurucus. O urú do tucurujú, no murumurú, com cuscús, muçú e sururú cru. Os murucús dos Urucutufus no bufúrdio dos Bururús com os Munducurus. O grugrú dos murucututús, mutuns, tuputus, jucús, juburús e urumutun (aves) no lusco-fusco munbungurulu. O murundu do sul púrpuro de luz. Crrrrru... Crrrru... Crrrrrru... No fundo do mucurro. O crrrru... crurru jucurú. Do sapo cururu.
ELEMENTOS DE SOM E VOZ
 Um fenômeno vibratório produzido por um corpo sólido (de madeira, de cordas, de pele, metal, etc.), ou gasoso (através do sopro), com movimentos periódicos de alta alternância.Os estudos sobre os fenômenos e leis inerentes à produção e propagação do som, são realizados pela Acústica, uma das ramificações da física, tal como também pela fisiologia que busca explicar como os órgãos sensoriais humanos captam e desenvolvem em estímulos nervosos estes sinais que são decodificados pelo nosso cérebro. Quando fazemos vibrar a matéria de qualquer corpo, estamos produzindo, intencionalmente, sons. A partir disto, este se propaga pelo meio circundante (o ar é o meio mais propício para a propagação do som) em ondas que partem do corpo vibrado e se espalham em todas as direções em círculos concêntricos (semelhante ao fenômeno provocado pela pedra que cai em um lago); atingem o nosso ouvido, que através de um mecanismo muito especial traduz para nós o sentido daquela onda. O som ou onda sonora é o resultado desta seqüência de impulsos e repousos, tão rápidos que apenas percebemos a sua continuidade, e nunca como algo em descontinuidade, sim e não, presença e ausência. Todo som ou freqüência sonora, possui naturalmente quatro elementos básicos, próprios à existência do mesmo:
ELEMENTOS BÁSICOS DO SOM
ALTURA SONORA (MELÓDICO-HARMÔNICA)
É a sensação particular que cada som nos propicia, de ser mais grave ou agudo, "leve" ou "pesado", que outros. Esta sensação de altura sonora é o resultado da freqüência (de impulsos e repousos) com que cada onda sonora produzida pelo corpo vibrado propaga. Quanto maior a freqüência com que ela retorna, em um determinado tempo (mais rápido), mais agudo o som tende a ser, e assim o percebemos; e, quanto menor for a freqüência (mais lenta), mais grave tende a ser.
DURAÇÃO
Todo som, queiramos ou não, possui naturalmente uma duração. O som propaga-se no espaço, de um lugar a outro, e no tempo enquanto dura. A altura e duração sonora são os caracteres fundamentais de todo fenômeno sonoro.
TIMBRE
Sentimos também que o som de um violão, por exemplo, é diferente do som de um trompete. Sentimos que todo instrumento ou fonte sonora tem uma personalidade própria, uma "cor" própria, algo que o distingue dos demais, mesmo quando todos estão tocando na mesma altura sonora ou duração. Mas, por que isto ocorre? O fato é que quando estamos a escutar um determinado som, o nosso ouvido não está sendo tocado apenas por uma onda sonora, mas por um feixe múltiplo destas que, na sua combinação, formam um só som. No meio destas freqüências existe uma mais lenta e grave, a fundamental, e que é responsável pela produção da altura sonora. Ao redor da freqüência fundamental circulam ondas mais concentradas no grave ou agudo, e mais rápidas que a fundamental (que cada fonte sonora produz de forma diferente), e que não as percebemos como altura, que, na sua combinação, dão àquele som uma determinada "cor", peculiaridade, o seu timbre.
INTENSIDADE SONORA
Temos também aqueles sons que parecem nos querer agredir os tímpanos, de tão forte que nos tocam, e outros que se nos apresentam de forma menos intensa, mais suave. É a este fator, a força, a energia que o som nos apresenta, que denominamos de intensidade sonora, natural a cada som. Esta intensidade é resultado da força, do "grau de energia" que uma fonte sonora coloca ao emitir uma onda sonora. Este fenômeno pode ser constatado através da medição da amplitude da onda sonora. É como se chutássemos uma bola; se colocarmos mais força no chute, ela subirá mais alto ou atingirá o goleiro com mais violência e vice-versa. É destes elementos fundamentais que são compostos todos os sons em todos os instrumentos. Quando falamos ou cantamos de maneira correta estamos praticando uma arte ou ciência muito importante, inclusive para a saúde. Em geral, todos os que podem falar também podem cantar. Nunca é demasiadamente cedo ou tarde para começarmos estudos de técnica vocal.
VANTAGENS
Ajuda a melhorar a postura do corpo, desenvolvendo o tórax, proporcionando melhor oxigenação ao corpo do indivíduo pelos exercícios respiratórios; Desenvolve a capacidade de inspirarmos o ar necessário para termos fôlego suficiente, podendo assim emitir completa e corretamente uma frase quando falamos ou cantamos. Quando respiramos, é preciso renovar o oxigênio do corpo e retirar o gás carbônico da corrente sangüínea. Existem três tipos de respiração:
CLAVICULAR: É a que move as clavículas. Agindo dessa maneira, só uma parte mínima dos pulmões recebe ar, comprime o tórax, às vezes causando sua ruptura. Também comprime o esôfago, a laringe e a faringe, ocasionando fadiga devido à quantidade insignificante de ar e pelo esforço necessário para levantar as costelas e clavículas, tornando-se uma respiração ineficiente e perigosa;
ABDOMINAL: É executada pelos movimentos do diafragma, músculo que se dilata quando recebe o ar, voltando a posição normal quando o expele. Trata-se de uma respiração profunda.
INTERCOSTAL: É quando há uma dilatação lateral das costelas. É uma respiração ampla porque fornece uma maior quantidade de ar.
OBS.:Estas respirações NÃO devem ser utilizadas separadamente.
EXERCÍCIOS
A respiração é a base para um bom canto. A voz humana é um instrumento de sopro. A força que supre a voz é a respiração do cantor movida pelo diafragma. O vibrador são as cordas vocais, já os ressonadores são a garganta, boca, nariz e o tórax do cantor. Alguns exercícios de respiração para desenvolver o emprego do diafragma: Inspire, levante os braços e aos poucos vá expelindo o ar Imagine que está:
Apagando uma vela
Soprando penas
Esfriando um prato de sopa
Soprando um machucado no braço
Como um cachorrinho cansado, expelir o ar em pequenas seções
Como a locomotiva de um trem saindo de uma estação para a outra, expelir o ar usando semibreves, mínimas, semínimas, colcheias, tercinas, semicolcheias e vice-versa, terminando com uma semibreve com fermata.
Uma maneira boa de se impostar a voz é pensar que está bocejando, porque nessa posição o maxilar cai livremente, a garganta fica mais aberta, não havendo, portanto, barreiras para a passagem do ar e permitindo uma boa produção dos sons.
ARTICULAÇÃO DAS VOGAIS
As vogais devem ser pronunciadas com a boca em posição de bocejo (boquinha de peixe), e nunca forçando a boca para os lados, pois isto causa um som "rasgado", porém, cantando como se as vogais fossem fechadas: ê, î, ô, e û. Um bom exercício para pronunciar as vogais de maneira "fechada" é colocar dois dedos entre os dentes e repetir as vogais usando bem um apoio do diafragma para cada uma delas.
ARTICULAÇÃO DAS CONSOANTES
Uma boa articulação das consoantes é essencial para entender-se bem um texto. Pratique as consoantes com os lábios bem livres, sem tensão. Cuidar para que o "B" não soe como "P", nem o "G" como "K", nem o "D" como "T", nem tampouco o "V" como "F".
EXERCÍCIOS
Bom exemplo, podem ser utilizados com os nomes dos participantes do grupo de estudo, ou pedir que estes escolham temas, tais como nomes de frutas, carros flores, outros mais. Escala em movimento descendente usando as consoantes e vogais: tu, so, fo, zu, go, pe, que, lá, dá, etc. Pronunciar palavras com uma, duas, três ou mais sílabas: Chá, pé, mão, vá, pó, vi, etc. Sofá, café, caqui, vovó, tofu, etc. Sabiá, jacaré, guarani, etc. Pronunciar sentenças usando movimento descendente da escala:
Exemplo: EU FUI CANTAR LÁ NO JARDIM, e outras. Pronunciar sentenças usando movimento ascendente da escala. Exemplo: EU VOU CANTAR LÁ NO JARDIM, e outras. Imagine um concurso de tiro ao alvo pronunciando: piff!, puff!, poff!!, paff!! Imagine uma bolinha batendo na mesa: ping-pong, ping-pong, ping-pong, etc... Imagine uma metralhadora: tack, tack, tack, etc... Imagine um cavalo bufando: prh, prh, prh, etc... Imitando insetos: zuum, sss (mosquito, abelhas, e outros) Imitando animais: muuuu (boi), huu (coruja), miau (gato), diferentes latidos de cachorro: huff, bof, au, etc. Praticar trinado do "R": pressa (prrrrressa), cruz (crrruz), etc... Para testar a dicção das consoantes: pedir a um membro do grupo de estudo para cochichar (bem articulado) uma frase e pedir para os demais repetirem. Usando o diafragma, rir normalmente com várias vogais usando um H aspirado na frente das mesmas: Há, hé, hi, hó, hu, e outros sonidos (pode-se cantar duas, três, quatro ou mais notas descendentes e ascendentes).
TIPOS DE VOZES
Quando se costuma falar ou cantar erroneamente, como pela garganta ou nariz, isso pode transtornar e mesmo destruir as cordas vocais até um cansaço contínuo, rouquidão quase incurável e muito mais. Uma boa dicção, tanto no falar como no cantar, depende de como pronunciamos as palavras. Quando articulamos bem as vogais e as consoantes, respeitando as acentuações das sílabas tônicas dos vocábulos, estamos aperfeiçoando a nossa maneira de falar e cantar.
Geralmente as vozes são classificadas de acordo com a tessitura e timbre: soprano, meio-soprano e contralto (para vozes femininas), tenor, barítono e baixo (para vozes masculinas). Porém é muito importante não confundirmos com o REGISTRO DE VOZ. Os registros de voz são classificados em grave, médio e agudo, dependendo aonde se encontram as ressonâncias, como se pode observar. Grave ou voz de peito A ressonância se dá no tórax; Médio ou voz média A ressonância se dá na face; Agudo ou voz de cabeça A ressonância se dá nos ossos da cabeça.
O ideal para o cantor ou orador é desenvolver esses três registros, porque usando só o registro grave produz fadiga nos ouvintes devido à monotonia. Usando só o registro agudo cansa e irrita os que ouvem, mas, o registro médio é o mais natural, sendo maleável e o ponto de transição para os outros registros. Os que cantam as vozes intermediárias (meio-soprano e barítono) possuem mais condições de desenvolver todos esses registros, podendo cantar em qualquer voz que necessitem em uma emergência.
VOZES
A voz humana pode ser classificada em dois grandes grupos: MASCULINA E FEMININA, admitindo, cada um deles, subdivisões, conforme os diversos tipos de vozes. As Vozes Masculinas compreendem os seguintes tipos bem caracterizados:
BAIXO: a mais grave
BARÍTONO: a média
TENOR: a mais aguda
As Vozes Femininas, por sua vez, compreendem:
CONTRALTO: a mais grave
MEIO-SOPRANO: a média
SOPRANO: a mais aguda
Entre as vozes masculinas e femininas existe uma diferença de altura de uma oitava, isto é, um trecho musical escrito para vozes masculinas poderá ser cantado por vozes femininas uma oitava acima, e um trecho, a estas destinado, poderá ser cantado uma oitava abaixo pelas vozes masculinas.
Antigamente, costumava-se destinar a cada voz uma clave diferente; assim, usava-se: a clave de fá, da quarta linha para o baixo; a clave de fá, da terceira linha, para o barítono; a clave de dó, da quarta linha, para o tenor; a clave de dó, da terceira linha, para o contralto; a clave de dó, da segunda linha, para o meio-soprano; e a clave de dó, da primeira linha, para o soprano.
Modernamente, usam-se somente as claves de sol, da segunda linha, e a clave de fá, da quarta linha, destinando-se a primeira às vozes femininas e ao tenor, sendo que este último cantará uma oitava abaixo o que estiver escrito. A clave de fá, da quarta linha, é usada para o baixo e o barítono. As vozes comuns, denominadas VOZES CORAIS, alcançam, cada uma, sons compreendidos no espaço de uma oitava e meia. Esse limite recebe o nome de TESSITURA das vozes.
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 1
1 - Consoantes oclusivas (formam-se quando a boca se fecha para em seguida abrir-se subitamente):
PÊ - PEPÊ - PEPEPÊ - TÊ - TETÊ - TETETÊ - KÊ - KEKÊ - KEKEKÊ - BÊ - BEBÊ - BEBEBÊ - DÊ - DEDÊ - DEDEDÊ - GUÊ - GUEGUÊ - GUEGUEGUÊ - MÊ - MEMÊ - MEMEMÊ - NÊ - NENÊ - NENENÊ - PAPEL - NADA - DECOTE - PATETA - GADO - PACOTE - PETECA - DEDO - TETO - TEDE - DATA - PENADA - GATO - GUDE - GUIDO - NATA - PENEDO - TOCA - CADETE - DINÁ - MEDO - MACACO - MINA - BÊBADO - MENINA - NABABO - MUTUCA - MONO - PECADO - TABU.
2 - Consoantes constritivas-fricativas (produzem ruído de fricção ou sibilo):
FÊ - FEFÊ - FEFEFÊ - SESÊ - SESESÊ - XÊ - XEXÊ - XEXEXÊ - VÊ - VEVÊ - VEVEVÊ - ZÊ - ZEZÊ - ZEZEZÊ - GÊ - GEGÊ - GEGEGÊ - FIFA - FÔFO - FAVO - SIZIGIA - SOFÁ - SOJA - VOVÔ - SOVA - SUCESSO - SUCESSIVO - SÚCIA - SIZO - XEXÉU - VASOSO - VAVAVÁ - VESO - FECHA - VEJA - SEGE - SEVA - SEVÍCIA - SISA - SUXAR - VAZIO - XAJAVÉ - XIXIXI - ZIZIAR - ZUAVO - VAGIR.
3 - Consoantes constritivas-laterais (quando a ponta da língua apóia no céu da boca, saindo o ar pelas fendas laterais da boca)
LHÊ - LHELHÊ - LHELHELHÊ - LELO - LILÁ - LHE - LHO - LÊ - LELÊ - LELELÊ - LOIÓLA - ALÔ - LOLÓ - LULU - LILI - LELÉ - LÓLIO - LUA - LULA - LI - LIA - LÃ - LÁ - LÉ - LEU - LIO - LO - LOA.
4 - Consoantes constritivas-vibrantes (quando há movimento vibratório ou tremulação):
RÊRRÊ - AREAR - AREIA - ARARÉ - ARARA - ARAR - ARA - HORA - HORÁRIO - ARARI - ARARUÁ - RERE - RERRÊ - ARRE - ARREIO - ARREAR - ÁREA - AREÃO - ARÉ - ARÉU - ARIÁ - ARO - AROEIRA - RERERÊ - RERRERRÊ - ARRAIA - ARRAIEIRA - URRAR - ERRO - IRRA - ARRlÓS - ARRUÁ - ARRUAR - ERROR - HORROR.
Lista de palavras para serem articuladas exageradamente
PATIFE - PALAFRENEIRO - ROTAÇÃO - ARIGÓ - MAMADEIRA - ALHEAR-SE - AMARFANHADO - JOGRAL - SUCÇÃO - AFOIÇADO - AFLIGI.R - SERZIR - DIGENÉTICO - ASTECA - PANTUFLAS - PIJAMA - EXAGERADO - ESMERILHAR - EXEGETA - LABEU - ARTISTA - MANQUITOLA - ALOPRADO - CHAVEIRO - ARRAIAL - ZINCO - SASSARICAR - ARTÍFICE - CIPRESTE - TRITICULTOR - RESSEGURO - QUINQUAGÉSIMO - QUINQUÊNIO - PIRACIRICA - LIOCÉFALO - INTRACRANIANO - FRALDISQUEIRO - ESFOLHEAR - QUARENTA - QUEREQUEXE - REAQUISIÇAO - DESJEJUAR - REFLUXO - CAMBAXIRRA - SACARÓIDE - AURÍFERO - FILTRÁVEL - CARACTERIZAÇÃO - FILICÍNEO - VILÃO - FANTASMA - GARUVA - LENIENTE - MENORISTA - NARGUILÉ - JAVALI - BELISCAR - SERENATA - RAPESISTA - QUINQUILHARIA - PRÓDIGO - OSTREICULTURA - MULTIFLORO - PAQUIRRINO - MARGINIFORME - PESCAR - LHANEZA - SAXOFONE - SERICICULTOR - SÍSTOLE - TAINHEIRA - INTROSPECÇÃO - FOVENIE - ENFRESTAR - DENTRITE - BIELA - ARRIEIRICE - PERISTÁLTICO - FULVERINO.
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 2 Quanto ao ponto de articulação, as consoantes se dividem em:
Bilabiais - Linguodentais - Palatais - Labiodentais - Alveolares - Velares
1 - Consoantes bilabiais (contato dos lábios):
BÊ - BEBÊ - BEBEBÊ - BEBE - BIBO - BABÁ - BABA - BIBE - BOBA - BOBÓ - BUBÃO - BUBUIA - BÔBO - BEBA - BABARI - BABAU - BABU - BIBI - MÊ - MEMÊ - MEMEMÊ - MIMI - MAMÃE - MIMO - MOMO - MAMÃO - PÊ - PEPÊ - PEPEPÊ - PEPE - PIPA - PAPA - PAPEL - PAPAIA - PAPO - PAPUA - PIABA - PIPIA - PUMA.
2 - Consoantes labiodentais (contato do lábio inferior com o bordo dos incisivos superiores):
FÊ - FEFÊ - FEFEFÊ - VÊ - VEVÊ - VEVEVÊ - FAFÁ - FIFI - FAVAL - FOFO - FAVAR - VAVÁ - FAVOR - FÉ - FIA - FÍFIA - FOFAR - FOFA - FIFA - FAVO - FAVA - FÓVEA - FOZ - FUÁ - FÚFIA - VIVI - VÁ - VAU - VÉU - VEVUIA - VOVÓ - VIÚVO - VIVO - VIVA - VU.
3 - Consoantes Iinguodentais (contato da ponta da língua com a parte interna dos incisivos superiores)
Ê - DÊ - TETÊ - DEDÊ - TETETÊ - DEDEDÊ - TATÁ - TETA - TITA - TOTÓ - TUTU - TETÉ - TITIA - DEDO - DIDI - DODO - DADÁ - DEDÉ - DUDU - TITO - TUDO - DOTE - DATA - DADO - DIDA - TEDE - TÉTE-A-TÉTE - DADA - DEADO - DEDAL - DETER - DETIDO - DIETA - DITAR - DITADO - DOIDO.
4 - Consoantes alveolares (contato da ponta da língua com os alvéolos dos dentes superiores):
SÊ - SESÊ - RÊ - RERÊ - ZÊ - ZEZÊ - RRÊ - RERRÊ - LÊ - LELÊ - NÊ - NENÉ - SESESÊ - RERERÊ - ZEZEZÊ - RERRERRÊ - LELELÊ - NENENÊ - SERENO - SERRA - NOÇÃO - SELEÇÃO - REZAR - RELER - LENA - SALA - CILENE - SÁLIO - SANAR - SARRO - SARARÁ - SARASSARÁ - SARÇA - SARU - SÁURIO - SAZONAR - SELO - SELAR - SENE - SENSACIONAL - SENIL - SENONIANO - SENSÍVEL - SENSUAL - SEREIA - SERIÁRIO - SERRARIA - SERRANICE.
5 - Consoantes palatais (contato da parte anterior da língua com o palato duro):
XÊ - GÊ - LHÊ - NHÊ - LHE - LHO - XEXÉU - GEGÊ - XAXIM - CHEIO - NHÔ - NHÁ - GElA - GÊ - XEXÊ - GEGÊ - LHELHÊ - NHENHÊ - GEIO - CHÁ - CHÃO - CHA - CHÊ - CHIA - CHICHA - CHICHIA - CHÓ - CHOCHO - XEXEXÊ - GEGEGÊ - LHELHELHÉ - NHENHENHÊ - CHOCHINHA - CHOCHAR - CHUCHU - CHUÉ - CHUCHAR - CHUCHO - XEXÊ - XÔ - NHANHÂ - NHENHENHÉM.
6 - Consoantes velares (contato da parte posterior da língua com o véu palatino):
KÊ - GUÊ - KEKÉ - GUEGUÉ - KEKEKÊ - GUEGUEGUÊ - KAKA - KEKÉ - KIKI - COCO - OUÇO - CUCA - CACO - COCA - GAGA - GAGO - GOGA - GOGÓ - GUGU - CÁ - CÓ - CAÁ - CAGA - CAACUÍ - CACAIO - CAIO - CACAU - CACAUÉ - CACAUAL - CAGOÃ - CAIA - CAICACO - CAI-CAI - CAÍCO - GUIA - GUIGA.
Lista de palavras para serem articuladas exageradamente
PARIRI - PARLAPATICE - PESCOCINHO - PULSAÇÃO - POLIORCÉTICO - BAGALHOÇA - BILIRRUBINEMIA - BOLSISTA - BIBLIOFILIA - BRILHANTE - MARCHETADO - MEDICATRIZ - MOGILALISMO - MORFOLOGIA - MULTISSECULAR - FASCÍCULO - LANÇADEIRA - LANGANHO - LENHIFICAR - LONGE - LUXURIOSO - NÁIADE - NARCOTIZAÇÃO - NEOPLATONISMO - NUMISMATA - NOVICIÁRIO - CHARLATÃO - CHEIROSO - CHIFRADEIRO - CHOURIÇO - CHUSMA - GENÉTICA - ALTITUDE - ALTERNAR - ALTERAR - HALTERES - AMÍGDALA - AMATALOTAR-SE - INSUFICIENTE - INSTRUTIVO - INTEGRIFÓLIO - IORUBANO - IRREFLEXIVO - OBLANGEOLADO - OBRIGAÇÃO - OBSEDIANTE - ORTODÁCTI LO - OXIDASE.
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 3 Quanto ao papel das cordas vocais, as consoantes se dividem em:
Surdas - Sonoras
1 - Consoantes surdas (quando não há vibração das cordas vocais):
TÊ - KÊ - FÊ - GÊ - XÊ - PEPÊ - TETÊ - KEKÊ - FEFÊ - CECÊ - XEXÊ - PEPEPÊ - TETETÊ - KEKEKÊ - FEFEFÊ - CECECÊ - XEXEXÊ - PETA - FECHA - TAPA - PATA - CACO - FIFA - FOFA - SECO - SACO - CAFÉ - XEXÉU - XAXIM - CACHO - CHEPA - PACHÁ - POTE - CAÇA - COÇA - CHEFE - CHATO - CEPA - PATIFE - CATETE - CACIQUE - PETECA - CACETE - FETICHE - TAPETE - CHEFETE - CAPETA.
2 - Consoantes sonoras (quando há vibração das cordas vocais):
BÊ - BEBÊ - BEBEBÊ - DÊ - DEDÊ - DEDEDÊ - GÊ - GEGÊ - GEGEGÊ - VÊ - VEVÊ - VEVEVÊ - ZÊ - ZEZÊ - ZEZEZÊ - GUÊ - GUEGUÊ - GUEGUEGUÊ - RÊ - RERÊ - RERERÊ - RRÊ - RERRÊ - RERRERRÊ - LÊ - LELÊ - LELELÊ - MÊ - MEMÊ - MEMEMÉ - NENÉ - NHENHÊ - LHELHÊ - NENENÉ - NHENHENHÊ - LHELHELHÊ - GUERRA - LENHA - ABELHA - REGULA - GELO - BEDELHO - BAGE - DEVER - DIZIMAR - GEME - VEZO - VENHA - VELHO - ZAGA - ZAROLHO - EXAME - GUERREIRO - GULA - RELER - REMO - LEME - LIMENHO - LANHADO - LAGEDO - MELADO - MILHO - NAVE - GANHA - MUGE - RUGIDO.
NOTA: Para verificarmos se há vibração nas cordas vocais, basta tapar os ouvidos durante a articulação do fonema. Se distinguirmos um leve zumbido é porque as cordas vocais estão vibrando. Os fonemas assim produzidos são sonoros. Quando não há zumbido, são surdos.
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 4 Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, as consoantes dividem-se em:
Orais - Nasais
1 - Consoantes orais (quando a corrente expiratória sai exclusivamente pela boca)
PÊ - PEPÊ - TÊ - TETÊ - PEPEPÊ - TETETÊ - PAPO - PAPA - PIPA - POPA - TATÁ - TETÊ - TITIO - TOTÓ - TOPA - POTE - TAPO - TOPO - NÊ - NHÊ - LHÊ - TUTU - TATO - TETO - TITO - TOTEM - PATO - PAPAI - PEPE - PIPI - PUPU - PAPUA - PAPAIA - TIPO - TUPÃ - TITIA - TATU - TAPUIA - TUPI.
2 - Consoantes nasais (quando a corrente expiratória distribui-se pela boca e pelo nariz):
MÊ - MEMÊ - NÊ - NENÊ - NHENHÊ - MAMA - MIMI - MUMU - NANA - NENÊ - NINI - NONO - NUNU - NHA - NHÃ - NHANHÃ - NHENHENHÉM - NHÔ - NHONHÔ - MANHA - MINHA - UNHA - MANA - MANÁ - EMA - MEMEMÊ - NENENÊ - NHENHENHÊ - NINHO - NINA - NENA - NONA - INHAME - MÚMIA - MANE - MINA - MINUANO - NANI.
Palavras com sons nasais para serem articuladas exageradamente:
APANHA - APANIGUADO - DESPENHADEIRO - MENEIO - LENHADOR - ABESPINHADO - ESPEZINHAR - APLANAMENTO - PAMENTA - LAMENTO - ARANHAR - ARGAMENDEL - MAL-AMANHADO - MAMELUCO - MAMAURANA - MAMONA - MAMINHA - MANHEIRAR - MANHOSO - MANIA - MANSÃO - MOINHO - MOMENTO - NÚMERO - NUMINOSO - NHANICA - NHEENGAÍBA - NHOQUE - NHANÇANÂ - NENHUM - NENHURES - NORMANDO - OMISSÃO - OPINIÃO - PANORAMA - PARCIMÔNIA - FRONHA - NOMINATIVO - NOVENA - ONOMÁSTICO - BANHA - PENHA - PINHEIRO - NOMEAÇÃO - NUNCA - UNHEIRO - PANEJAMENTO - BARGANHA - CIMENTO - QUIÇAMA.
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 5 Quanto à zona de articulação, as vogais classificam-se em:
Anteriores - Médias - Posteriores
1 - Vogais anteriores (quando a língua, para formá-las, avança gradualmente para frente):
É - É - Ê - I
 FRENTE - PENTE - SEGUINTE - CONSOANTE - LIQÜEFEITO - FREGE - CAFAGESTE - MESTRE - AIÉSSIO - SILVESTRE - GÊNIO - POSTERIOR - IDEADO - ABERTURA - FONEMA - LÍNGUA - MINISTRO - TIPO - TITIO - FILA.
2 - Vogais médias (é a vogal que se forma com a maior abertura da boca, ficando a língua em posição de quem respira em silêncio - posição média):
A - MONJA - MALEFÍCIO - FALA - ATALAIA - SÍLABA.
3 - Vogais posteriores (quando a língua se retrai):
Ó - Ô - O - U
 FOLE - MOLE - ISOLE - CONTROLE - AMOLE - COMO - ESCOPO - LOBATO - SOLUÇO - MORTO - MATO - PONTO - ALOPRADO - PILOTO - BARTOLO - URSO - MULATO - FULANO - MALUCO - SUCESSO.
Palavras para serem articuladas exageradamente
CARCINOLOGISTA DESOXIDAÇÃO ESTRIBADO FUMÍVORO INSOLVENTE TELEOLÓGICO VEEMÊNCIA NARIGANGA ENVIDILHAR CHAVASQUICE LEVIRROSTRO JUGURIÇÁ LAUSPERENE MELHORIA NACARADO OBSIDENTE TOLERAR VATICINAR MARMORIZAR DIVULSÃO ATELOCARDIA GLOSSOLOGISTA PERÓXIDO QUIRIRI RECALCITRANTE SANTALÁCEA SUSCITAR UNIRREFRINGENTE VIVERRÍDEO GROSSAGRANA CORALÍNEO APOTEÓTICO ESOFAGISMO
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 6 Quanto ao timbre classificam-se as vogais em:
Abertas - Fechadas - Reduzidas
O timbre depende da maior ou menor abertura da boca e do ponto de articulação.
1 - Vogais abertas:
Á - É - Ó
PADRE - NASCE - ALFACE - GARRA - MATO - ARMA - PERTO - PALECE - MOLEQUE - FERRO - FETO - SOLERTE - PÓLO - MORRE - BEÓCIO - LOCO - LOTO - FRICOTE.
2 - Vogais fechadas:
Ê - Ô
VÊ - MEDO - PÊLO - FEDELHO - VERMELHO - ANÊMICO - VOU - LOBO - MOLHO - ALÔ - CAOLHO - GOZO.
3 - Vogais reduzidas:
A - E - O
ENTALHA - LATERAL - FRICATIVA - COLUNA - FALADO - VALE - EXONERADO - GINETAÇO - LORPICE - PEROBEAR - POPULOSO - PORFIADO - QUEBRADO - OCUPADO - OPINATIVO.
EXERCÍCIOS DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 7 Quanto ao papel das cavidades bucal e nasal, as vogais classificam-se em:
Nasais - Orais
1 - Vogais orais (que se formam com o véu palatino levantado, saindo o ar somente pela boca):
A E I O U
ARTELHO - AGORA - AMACIO - PALATO - BÍPEDE - DELÍRIO - BIRUTA - EXISTO - FAIXA - MATUTO - FÔLEGO - BURRICO - MACACO - JEREBA - PATIFE - PEROBA - VALISE - RÁBULA - FILA - JOGUETE.
2 - Vogais nasais (que se formam com o abaixamento do véu palatino, fazendo com que o ar saia pela boca e pelo nariz):
à - Ë - Ï - Õ - Ü
AMARRA - AMEAÇA - ANTIPÁTICO - ANTA - FANTÁSTICO - EMBALAR - EMBARAÇO - SOFREM - ENCACHAÇADO - ENCRUAMENTO - IMEDIATO - IMAGINAR - IMPERADOR - LIMPO - INDUMENTÁRIA - OMBRO - ONÇA - ONTEM - ONTOLOGIA - ONZE - UMBANDA - UMBILICAL - UMBROSO - UNDÉCIMO - UNGIR.
Palavras com sons nasais para serem articuladas exageradamente
AMANTE - AMARELENTO - AMBULANTE - AMEAÇANTE - ÂMBITO - AUMENTAR - EMPADA - ENSABOAR - ENSOMBRAR - ONIROMANCIA - ONZENEIRO - TALANTE - BRANCO - RENTE - CAMPINA - CAMONIANO - CANÇÃO - AMOLAÇÃO.
EXERCÍCIO DE ARTICULAÇÃO
SÉRIE 8 Quanto à intensidade, as vogais podem ser:
Tônicas - Átonas
1 - Vogais Átonas (são as que soam apenas fracamente na palavra):
ANTUÉRPIA - FÍSTULA - ANTIPASTO - PELINTRA - SUJEITO - ARCABOUÇO - ROCAMBOLE - VENTRE - TONELADA - MACADAME.
2 - Vogais tônicas (são as de maior intensidade):
VAGABUNDO - BOQUIRROTO - ANTÔNIO - LIVRO - CADERNETA - ESPETÁCULO - FORMIDÁVEL - FORMICIDA - RELÓGIO - BUMBO.
Palavras para serem articuladas exageradamente
URUBU - UANTUIA - UARUREMBÓIA - UBACA - UBATÃ - URUBATÃO - UBIRACOÁ - UBUÇU - UCUUBARANA - UFANOSO - UIARA - UIARAPAÇU - UIRUUETÊ - ULIGINÁRIO - ULTERIOR - ULTRAMONTANO - ULULAÇÃO - IAPIRUARA - IAPUNAC-UAUAPÊ - IATE - IATRALIPTA - IAUPE-JAÇANÃ - IBABIRABA - IBIBOCA - ICACINÁCEA - ICÉRIA - ICTIOCOLA - IDIOPATIA - IDOLATRIA - ILIBERALISMO - ILUMINISMO - IMOBILIZAÇÃO - IMORREDOURO - IMUTABILIDADE - EBORÁRIO - EBÚRNEO - EDELVAIS - ÉDITO - EIRADO - EITO - ELAIÚRIA - ELEGÍADA - ELOQÜÊNCIA - EMBONDO - EMPARVOECER - ENCACHOEIRADO - ENCALVECER - ENFUEIRADA - EPICENTRO - EPOPÉIA - EPIZOOTIA.4
TRAVA-LÍNGUAS
 Compilador: Ruy Affonso
- Um tigre, dois tigres, três tigres, quatro tigres.
- Comprei uma arara rara em Araraquara.
- Num ninho de mafagafos, três mafagafinhos há; quem amafagafar os mafagafinhos, bom amafagafinhador será.
- O sapo dentro do saco; o saco com o sapo dentro; o sapo batendo papo; e o papo soltando vento.
- Um rato roendo roia o rabo do Rodovalho, e a Rosa Rita Ramalho de o ver roer se ria.
- Por aquela serra acima, vai um velho seco e peco. E o seu velho seco e peco, este cepo seco é seu?
 - Jabuticabeira pequenina, quando despequeninajabuticabeirarízar-te-ás tu? Eu despequeninajabuticabeirarizar-me-ei ao se despequeninajabuticabeirarizarem todas as pequeninas jabuticabeiras ainda não despequeninajabuticabeirarizadas.
- Dentro em nós há um amor-perfeito de ouro e anil, com bordados de luar e esmaltes de arrebol, sob o pólen de luz de um céu primaveril... põe-no triste a saudade; o amor põe-no taful; e ele refulge em nosso espírito de escol, tal qual, no seu dossel de abril, o sol no azul...
- Não diga Diogo: diga digo, como eu digo "digo", quando digo "digo". Digo digo e não digo Diogo. Quando digo Diogo, não digo digo, digo Diogo.
- O rato roeu a roda do carro do Rei de Roma; por isso, sem carro, o Rei não roda de Roma à roda, mas corta do rato o rabo.
- Se o Papa papasse papa; se o Papa papasse pão; se o Papa tudo papasse, seria um bicho papão. - Eu venho do dá cá - toma, e vou para o toma - dá cá; nunca vi dá cá sem toma, nem toma lá sem dá cá.
- Mas em torno a tarde se entorna, a atordoar o ar que arde, que a eterna tarde já nao torna: E em tom de atoarda, todo o alarde do adornado ardor transtorna no ar de torpor da tarda tarde.
- Toque o porco crespo com teu toco preto.
- Nem a aranha arranha a jarra, nem a jarra arranha a aranha.
- Ele tira os sapatos e bota as botas pra caçar patos, ou tira as botas e bota os sapatos pra caçar sapos.
- Um pinto dentro da pia, pia quando a pipa pinga. Se a pipa pinga o pinto pia; se pia o pinto a pipa pinga. E o pinto dentro da pia piando a entupia...
- Vara verde verdolenga, quem a desverdolengar, da verdolenga vara verde desverdolengador será.
- Três pratos de trigo para três tristes tigres.
- É muito socó para um socó só coçar.
- Se o Arcebispo de Constantinopla quer se desconstantinopolizar, quem desarcebispoconstantinopolizar o Arcebispo de Constantinopla, um desarcebispoconstantinopolizador ficará.
- Prosopopéia da Pepa ao Pupo (Emilío de Jienezes)
Parece peta.
A Pepa aporta à praça
E pede ao Pupo que lhe passe o apito.
Pula do palco, pálida, e perpassa
Por entre um porco, um pato e um periquito.
Após, papando em pé pudim com passas,
Depois de peixes, pombos e palmitos,
Precipite, por entre a populaça,
Passa picando a ponta de um palito.
Peças compostas por um poeta pulha,
Que a papalvos perplexos empulha,
Prestando apenas pra apanhar os palos,
Permuta a Pepa por pastéis, pamonha.
Que a Pepa apupe o Pupo e popa ponha,
Papas, pepinos, periquitos, papagaios...

- O estouro da boiada (Euclides da Cunha - Os Sertões)
E lá se vão: não há mais contê-los ou alcançá-los. Acamam-se as caatingas, árvores dobradas, partidas, estalando em lascas e gravetos; desbordam de repente as baixadas num marulho de chifres; estrepitam, britando e esfarelando as pedras, torrentes de cascos pelos tombadores; rola surdamente pelos taboleiros ruído soturno e longo de trovão longínquo. Destroem-se em minutos, feito montes de leivas, antigas roças penosamente cultivadas; extinguem-se, em lameiros revolvidos, as ipueiras rasas; abatem-se, apisoados, os pousos; ou esvaziam-se, deixando-os os habitantes espavoridos, fugindo para os lados, evitando o rumo retilíneo em que se despenha a "arribada", - milhares de corpos que são um corpo único, monstruoso, informe, indescritível, de animal fantástico, precipitado na carreira doida. - O prestidigitador prestativo e prestatário está prestes a prestar a prestidigitação prodigiosa e prestigiosa.
- A prataria da padaria está na pradaria prateando pratos prateados.
- Os quebros e requebros do samba quebram os quebrantos dos falsos santos.
- Brito britou brincos de brilhantes, brincando de britador.
- Branca branqueia as cabras brabas nas barbas das bruacas e bruxas branquejantes.
- Trovas e trovões trovejam trocando quadros trocados entre os trovadores esquadrinhados nos quatro cantos.
- O dromedário destruiu as drogas da drogaria Andrômeda, porque foi drogado com a droga quadrada.
- As pedras pretas da pedreira do Pedro Pedreiras são os pedregulhos com que Pedro apedrejou três pretas prenhes.
- No quarto do Crato eu cato quatro cravos cravados no crânio da caveira do Craveiro.
- Franqueia-se o frango frito frio, frigorificado à francesa, no frigorífico do frade.
- O lavrador é livre na palavra e na lavra, mas não pode ler o livro que o livreiro quer vender.
- Plana o planador em pleno céu e, planando por cima do platô, contempla as plantas plantadas na plataforma do plantador.
- A laca aplacadora aplaca a dor da placa que a laca aplacou.
- O blusão blasona para a blusa e a luva com blandícia aplaude a blasonada.
- Um atleta atravessa o Atlântico em busca da Atlântida que viu num atlas.
- Quero que o clero preclaro aclare o caso de Clara e declare que Tecla se engana no que clama e reclama.
- Água lava a gleba do globo que havia levado a palavra do glabro e galante gigante.

Um comentário:

  1. Embora com a idade de 79 anos, e com experiência de dicção, disciplina eletiva do curso de teatro, tendo passado por coral universitário,música e ritmo, no Instituto de Música da UFBA,gosto de ler material no assunto. Comecei meus estudos acadêmicos tardiamente e continuo seduzida pelo assunto.

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