BERTOLT BRECHT - REFERÊNCIAS
O Núcleo do Teatro de Brecht publicou os Cadernos do Teatro em mídia impressa que foi distribuído aos participantes dos cursos e do Núcleo para que houvesse um conhecimento básico sobre as técnicas de teatro para os iniciantes.
Aqui está sendo mostrado o volume nº 4 que versava sobre a obra de Bertolt Brecht.
BERTOLT BRECHT
01
Bertolt Brecht, nascido em 10 de fevereiro de 1898, e
morto em 14 de agosto de 1956, um dos grandes poetas e dramaturgos alemães,
influenciou fundamentalmente o drama moderno.
Filho de um fabricante de papel, Eugen Berthold Friedrich
Brecht (ele se chamou Bertolt) cresceu em Augsburg, na Baviera, e entrou na
Universidade de Munique
como aluno de medicina no outono de 1917. Trabalhou como servente no hospital
de sua cidade natal.
Escreveu sua primeira peça teatral, "Baal", em
1918, durante os motins revolucionários ao término da Primeira Guerra Mundial,
quando serviu como soldado e trabalhador o Conselho Municipal. Brecht
desponta no cenário teatral a partir de 1922, quando seu se gundo espetáculo,
Tambores na Noite, ganhou o Kleist Prize, naquela época o prêmio literário
principal da Alemanha. Brecht se tornou um"dramaturg" (conselheiro
literário teatral) em Munique, durante dois anos, após o sucesso
de "Tambores na Noite". Foi então trabalhar com Max Reinhardt,
diretor do Teatro de Berlim em 1924. Malsucedido no princípio, com seus
espetáculos rendendo pouco nas bilheterias e não desejado como diretor, depois
de um ano passou a trabalhar independentemente.
Em 1927 associou-se a Erwin Piscator, outro expoente do
Teatro Épico. Foi quando conheceu o compositor Kurt Weill, com quem ele
escreveu, sem dúvida, seu trabalho mais conhecido, "A Ópera dos Três Vinténs"
(primeira produção em 1928 e primeiro filme em 1931). Da obra musical de 1728,
de John Gay, fez uma adaptação livre e produziu a ópera "O Mendigo".
Produziu outra ópera completa, "Ascensão e queda da Cidade de Mahagonny,
em 1930. Porém, até este momento Brecht tinha se interessado apenas pelos
Lehrstucke (jogos pedagógicos), e depois que Kurt Weill musicou estes dois
trabalhos, a parceria terminou. As músicas dos espetáculos, "A
Medida" (1930) e "Mãe Coragem" (1932) foram compostas por Hanns
Eisler, um comunista comprometido com quem Brecht escreveu todas suas canções
políticas mais conhecidas.
Quando o Partido Nazista assumiu o poder em 1933, Brecht
e sua esposa, a atriz Helene Weigel deixaram a Alemanha e foram para a
Dinamarca onde eles viveram até que a invasão alemã os forçou a fugir uma vez
mais e por seis anos viajou entre Helsinque, Moscou, e Vladivostok. Durante o
período de exílio escandinavo, porém, Brecht compôs os melhores poemas de sua
obra, reunidos em "Poemas de Svendborg" (1939). Além disso, voltou a
escrever intensamente, produzindo "Mãe Coragem" (1939), "A Vida
de Galileo" (1939), "A Alma Boa de Setsuan" (1940), e "A
Resistível Ascensão de Arturo Ui" (1941).
Em 1941 chegou à Califórnia, aonde em vão Brecht tentou
trabalhar em filmes. Escreveu O Círculo de Giz Caucasiano (1945), como também
algumas das melhores
canções de seu repertório como "Hollywood Elegies" (1942). Trabalhou
com Charles Laughton na adaptação e produção teatral de "Galileo"
(1947). Nenhum dos seus trabalhos foram publicados ou produzidos nos Estados
Unidos durante a sua vida.
Em 1947, Brecht foi interrogado pelo Comitê de Atividades
Antiamericanas do Senado, encabeçado pelo Senador Joseph McCarthy, que
investigava atividades comunistas dentro dos Estados Unidos. Logo após,
sentindo o perigo que o rondava, volta à Europa. Em Zurique (1947-48), escreve
o seu principal trabalho teórico, "Pequeno Instrumental para o
Teatro". Depois de se instalar de volta em Berlim Oriental em 1949,
dedicou os últimos sete anos a dirigir e treinar sua própria companhia, o
BERLINER ENSEMBLE.
Mesmo depois de sua morte, na Alemanha Ocidental e Berlim
Oeste, os trabalhos de Brecht foram impedidos de serem montados e publicados,
devido à identificação
de seus pensamentos com o regime comunista alemão, que ele publicamente apoiou
durante a revolução de junho de 1953. Também devido o tamanho de suas peças
teatrais, os custos altíssimos de produção e o numeroso elenco que cada uma de
suas peças exigia, restringia em muito a montagem por parte de pequenas
companhias teatrais, sendo que algumas de suas peças, em fases comerciais,
foram produzidas na Broadway.
Os trabalhos de Brecht assumiram o estado de clássicos, e
suas técnicas teatrais moldaram profundamente a substância e a estrutura do
drama moderno. Inovador, aplicou o "efeito de alienação", uma
tentativa para divorciar o público da identificação emocional do espetáculo,
impedindo-o presumivelmente de sofrer a catarse, piedade ou medo, exigências
aristotélicas para a efetividade dramática. Na "Ação Gestual", outra
noção de Brecht, os atores são treinados para se distanciar do caráter de suas
personalidades, enfatizando a ação estilizada, a entonação e expressão facial
em lugar da empatia emocional. Estas idéias foram percebidas em muitos dos trabalhos
de Brecht, primeiro em peças produzidas na Alemanha nos anos vinte e no começo
dos anos trinta, utilizando o "Teatro Épico", e depois no próprio
teatro de Brecht em Berlim Oriental. Com o amor de formas modestas, o diálogo
realista, e o uso de estereótipos americanos como o gângster, ele pressagiou o
fim do expressionismo e o começo do estilo conhecido como Neue Sachlichkeit,
"Nova Objetividade". Brecht era um poeta considerado concreto e
intelectual que viveu em um tempo considerado por ele mesmo como a "Era
Negra".
Era o esforço dele para fazer com que as pessoas pudessem
entender o que acontecia naqueles tempos, muitas vezes sobre a ótica marxista e
tantas outras rompendo com qualquer forma política e social, buscando a
renovação das idéias. Dramatizou os principais temas marxistas sobre a ganância
e a corrupção na sociedade capitalista. Tornou-se um mestre no desenvolvimento
do Teatro Épico, utilizando suas figuras na mensagem dramática, defendendo que
qualquer peça teatral deveria ser dirigida ao senso racional dos espectadores,
em lugar de evocar uma resposta emocional.
Segundo Carlos Pinto, diretor e crítico teatral "a
obra de Brecht exprime, em sua quase totalidade, uma revolta contra a
arrogância dos detentores do poder e contra toda disciplina cega. Com a
finalidade de alcançar a massa oprimida através de seus escritos, Brecht
termina por criar a Balada em oposição ao Poema Lírico e o Teatro Épico para
contrapor-se à Tragédia Clássica".
Alguns críticos e estudiosos chamaram a isto de
sociologia da forma, que consiste na mudança ou adaptação de formas ou gêneros
literários para atingir o aspecto social. O seu distanciamento crítico ou
alienação produz efeitos múltiplos não apenas para os espectadores, mas acima
de tudo, para os encenadores, iluminadores, cenógrafos e recaindo sobre o ator
todo o peso desse distanciamento. A crença de Brecht ao formular esta teoria,
calcava-se no fato de que o ator deve impor à sua interpretação uma função
histórica, para facilitar ao espectador se colocar na função de juiz da
sociedade. Sintetizando, quando um ator preparava-se para interpretar um
personagem, deveria dizer a si próprio que era daquela forma que aquele
personagem se comportava junto aos de sua classe social e, é dessa forma que
vou reproduzir sua existência. Brecht pregava ainda que além desse
distanciamento entre ator/personagem, deveriam ser acrescidos elementos
fornecidos pelo próprio ator, além das sugestões apresentadas pelos
encenadores/diretores.
Na verdade, conquanto Bertolt Brecht tenha produzido um
teatro popular, não concebeu o chamado "teatro fácil", a exemplo do
besteirol que hoje agride a cena brasileira. Sua obra é voltada para a
construção de uma nova sociedade, como diz um trecho de um de seus poemas:
"Queremos preparar o solo à amizade". A discriminação imposta à obra
de Brecht por produtores teatrais do ocidente tem sua lógica e razão de ser.
Seus trabalhos confrontam o sistema através do qual os capitalistas que
patrocinam as montagens teatrais americanas alcançaram grandes fortunas. Isto
explica, em tese, o fato de ter sido acusado de atividades subversivas quando
morava nos Estados Unidos, já que foi o mais autêntico representante do teatro
de ação social, voltado para mostrar e demonstrar que o homem tem a capacidade,
o direito e o dever de transformar o mundo em que vive. E que não é impossível
lutar contra o arrazoado e a retórica de um governo, mostrando que o destino do
homem é, e deve ser sempre, preparado pelo homem.
02
Recentemente, o poeta e dramaturgo Berthold Brecht tem
sido sujeito a algumas leituras corretivas (ou revisionistas) que nos dão um
Brecht muito diferente daquele
que foi oficialmente glorificado.
Sob o consulado de Gorbatchov, destaque-se um vasto
trabalho em dois volumes, ”The Life of Berthold Brecht” de Werner Mittenzwei e
em “Intellectuals”, o crítico e historiador inglês Paul Johnson desmonta a vida
do dramaturgo alemão em absoluta oposição à idéia dominante nos círculos
intelectuais próximos dos partidos comunistas europeus. As razões para
isso são múltiplas. Desde logo, o seu imaginoso percurso intelectual e
biográfico. Se pensarmos que em 1949 - um exemplo assaz elucidativo de
desonestidade intelectual - Brecht detinha um passaporte austríaco, um sólido
apoio do Governo da R.D.A, um editor no ominoso Ocidente capitalista e uma
conta bancária na Suíça, percebemos porquê. Claro que esta discussão afasta-se
fatalmente da pura apreciação da sua obra, que alguns (desconhecendo eu os seus
fundamentos) rotulam de enganosa, medíocre ou - em acusação mais gravosa - de plagiada.
Sabe-se, porém, que, por vezes, a visita e a remexida póstumas de um baú de um
escritor, são inteiramente inúteis. (Sabe-se também que Brecht nunca foi o
maior dramaturgo do século, como muitos pretenderam). De memória, cito o caso
de Joyce cuja correspondência com a mulher Nora Barnacle não era
necessariamente divulgável,
pela razão simples que o conhecimento da viva imaginação sexual do escritor
irlandês não nos esclarecia mais acerca dele.
Brecht nasceu a 10 de Fevereiro de 1898 em Augsburgo na
Baviera. É uma figura incontornável da literatura deste século, pela
extraordinária projecção que o seu teatro obteve, pelo seu empenhamento
político, no qual cada uma das suas peças cumpria uma premeditada função.
Brecht não nasceu, todavia, no meio do operariado. O pai era um pequeno
industrial e todos os seus biógrafos destacam a imensa atenção que a mãe lhe
prodigalizava, mesmo recebendo, em troca, alguma indiferença. A sua vocação
literária tem o signo de uma glorificação pessoal e afirmou-se desde cedo. Em
1922, Brecht vence o prémio Kleist com “Tambores na Noite”. Em 1928, a sua peça
“Ópera dos Três Vintens” é representada em Berlim e, por essa mesma altura,
desenvolve-se uma intensa colaboração com os músicos Kurt Weil e Hanns Eisler.
Brecht crescia como extraordinário talento poético, cantava os seus poemas que
musicava através da viola.
A aproximação ao marxismo começa a partir de 1929. Quando
Hitler chega ao poder em 1933, Brecht deixou a Alemanha. Nessa década de
30, andou um pouco por todo lado, França, Dinamarca, União Soviética e
Estados Unidos, não se demorando nunca muito em cada uma destas paragens. No
consciencioso plano de Brecht, o seu exílio representava a oportunidade de se
revelar aos comunistas europeus e americanos. Perto da década de 40, a
qualidade do seu trabalho disparava - “A Vida de Galileu”, o “Interrogatório de
Luculo”, “A Boa Alma de Sé-Tchouan” e “Mãe Coragem”. Em 1948, consuma-se a sua
integração no regime comunista da ex-RDA, graças a um estrondoso sucesso de
“Mãe Coragem”, representada no mesmo ano em Berlim Oriental.
Brecht conseguia um sólido apoio financeiro - a companhia
de teatro Berliner Ensemble estava completamente nas suas mãos - e, sem se
comprometer desmesuradamente, tornava-se um artista identificável com o regime.
A década de 40 é a verdadeira década da reputação de Brecht, motivo de
teses nos Estados Unidos (com a pena de Eric Bentley), louvado por críticos de
teatro ingleses, erguido por intelectuais franceses (Barthes). É uma época
feliz. É também uma época, conforme conta Paul Johnson, em que Brecht se
encontra ligado a Helene Weigel. A relação dele com as mulheres sempre foi um
insondável enigma.
Weigel foi apenas uma das muitas mulheres que Brecht
utilizou, com a implacável idéia de que as mulheres lhe serviam mais que
os homens. De promessas de casamento a filhos ilegítimos, Brecht não se coibia
de seduzir as suas atrizes, de se insinuar a mulheres de amigos, de desordenar
perigosamente a vida dessas mulheres que o seguiam muito perto do delírio.
Abstratamente interessado nos oprimidos, desprezando aqueles que viviam com
ele. O mesmo Paul Johnson conta como Brecht era mal visto pelos intelectuais de
esquerda da Escola de Frankfurt (Adorno ou Habermas) ou por Thomas Mann ou por
Auden que lamentava o facto de ele não conseguir pensar. Nos seus últimos anos,
em 1955, antes de ficar doente, Brecht recebeu o prémio Stalin, ele que tinha
sido um vulgar estalinista nos anos trinta.
É possível olhar para Brecht de diversas formas. Ninguém
pode omitir este lamentável percurso biográfico, no qual Brecht muitas vezes
mentiu, fingiu ou enganou. Ninguém pode também ignorar que ele foi um empenhado
dramaturgo, com uma, nem sempre clara, noção de compromisso e com uma
apreciável destreza com que elaborava cenários e criava tipos para esses
cenários, sempre interessado em pegar num certo conceito de realidade, dominado
pela luta de classes, que estava longe de ser perfeito e exclusivo.
Há peças de Brecht extraordinárias para compreendermos
como a literatura se u niu à política. Para uns, essa união é necessária. Para
outros é dispensável. Em minha opinião. Brecht evidencia, em grande medida, os
perigos e os vícios do típico intelectual revoltado (como Sartre, por exemplo):
a falta de lucidez, o simplismo dos seus propósitos, o rimarismo dos seus
temas e uma certa confusão acerca da força das ideias no movimento
das sociedades e das pessoas. As pessoas - é a opinião de muitos - nunca
estiveram presentes em Brecht. Como Marx, Brecht olhou para a sociedade como um
todo, separou classes e imaginou figuras, assaz assépticas,
representativas dessas classes. Mas estas figuras, no fundo, não existiam. O
que existia era a cega alimentação de uma causa.
03
Brecht iniciou sua obra e sua atividade política,
intimamente ligadas durante toda a sua vida, através de uma revolta cega e
apaixonada contra as injustiças sociais, a par de um desejo cada vez maior de
introduzir reformas radicais no teatro. Dessa fase, marcada pelo
Expressionismo e pela influência de seu contemporâneo Büchner, são as peças
Tambores da noite, Baal e Na selva das cidades. Abandonado Munique,
transferiu-se para Berlim, onde começou a trilhar o caminho que passaria a
influenciar decisivamente sua vida e obra: o marxismo. O desespero inicial
contra o que ele denominava de "crimes do Capitalismo" transforma-se
em uma atitude mais serena e objetiva.
Começa então sua fase das "peças didáticas",
como A Ópera do Três Vinténs, em que procura introduzir o método da dilética
materialista. Com o advento do nazismo, a campanha obscurantista e a violência
contra os intelectuais e artistas acaba por obrigá-lo a refugiar-se na
Finlândia, onde escreve Terror e Miséria no Terceiro Reich e uma peça contra o
regime espanhol. Os Fuzis da Senhora Carrar. Segue depois para os E.U.A., onde
monta com o ator Chales Laughton um dos seus trabalhos mais importantes:
Galielo Galilei, e escreve A Alma Boa de Setsuan. Voltando a Berlim, em 1949,
funda o grupo Berliner Enseble, com o qual monta O Sr. Puntila. Essa é sua
última fase, em que elabora as mais importantes teorias sobre o teatro, realiza
importan tes experiências de laboratório e cria uma verdadeira escola de
formação de atores.
O ponto mais importante da teoria brechtiana é a visão da
peça teatral como um processo que se instaura contra a sociedade, no qual tudo
deve servir de depoimento e documentação, e deixando ao espectador o papel de
juiz. Opondo-se radicalmente à empatia entre ator e público ou entre ator e
personagem, ele exige que os espectadores utilizem plenamente seu aparelho
mental e dessa forma possam elaborar uma atitude favorável à transformação da
realidade que lhes foi apresentada no palco. Tal apresentação deve ser feita a
partir de todos os ângulos possíveis da realidade, de forma que o espectador
apreenda todas as formas pelas quais as coisas lhe são mostradas na vida real.
Os atores devem demonstrar
claramente que estão desempenhando um papel, e graças ao efeito de distancia-
mento, comunicar ao público a situação do personagem no mundo.
Brecht distinguia seu teatro, que ele chamava de
"épico", do teatro dramático convencional. Enquanto no seu predomina
a narrativa, que transforma o espectador em observador e desperta sua
participação ativa para modificar a realidade, no outro predomina a ação, que
envolve o espectador e deinstegra sua participação ativa, sugerindo-lhe a
imobilidade.
04
OS MISTÉRIOS DE BRECHT
“Ainda hoje há muitos equívocos
em torno dos conceitos formulados
pelo dramaturgo alemão”
Por Chico de Assis
Desde a sistematização das
idéias de Brecht, no início do século passado, os especialistas têm discutido a
validade, a conformidade e a forma geral do modo brechtiano de conceber o
espetáculo teatral. Ainda hoje há muita controvérsia – e equívocos – sobre o
significado daquilo que é uma das suas principais marcas, o chamado teatro
épico. O termo, aliás, foi rejeitado pelo próprio dramaturgo, que preferia o
conceito "dialético" para evitar confusões com o épico aristotélico,
fundamentado sobre a tragédia grega, que é exatamente o contrário do que ele
defendia.
Para Brecht, o milenar drama aristotélico,
"hipnótico" e capaz de convencer o espectador de qualquer coisa pela
emoção, era o que tinha de ser evitado. A força do drama nascida na tragédia
grega para fazer a catarse dos gregos em relação ao bem geral da polis
–essência da nova ordem política democrática da antiga Grécia – não servia aos
objetivos brechtianos, que tinham na filosofia marxista, sim, as suas bases. O
dramaturgo alemão queria um teatro às claras, em que o público nunca esquecesse
que estava num teatro, apresentando problemas do mundo moderno aos cidadãos,
que poderiam, então, optar por uma solução individual.
Mas mesmo isso levou a erros na compreensão desse teatro.
Entre as lendas negativas sobre Brecht está, em primeiro lugar, uma suposta
recusa da emoção. Não é verdade. Isso está fora de cogitação porque a emoção é
inerente à vida humana e, portanto, não pode ser excluída de um espetáculo
teatral. O que ele evitava, sobretudo era o empilhamento e a acumulação da
emoção, como acontece no teatro dramático, cuja estética tem como ponto máximo
o belo – a cena de crise quando a emoção sobe a seu mais alto grau e a razão
decai ao mais baixo. É a catarse, que sangra os males do indivíduo ao fazê-lo
identificar-se com o protagonista. É essa identificação – a agnorisis – que
Brecht rejeitava: ele simplesmente não queria no palco heróis montados de forma
que os espectadores neles se espelhassem.
Além disso, o estranhamento que Brecht pregava na sua
concepção de teatro foi contaminado por explicações vazias de quem quer colocar
o autor e diretor na profundeza abissal das idéias. "Estranhar" é
poder ver como se fosse pela primeira vez, o que, em tese, evita que nos
acostumemos e automatizemos coisas, gestos e fatos. Quanto ao distanciamento ou
alienação, é um propósito cênico que visa a desintegrar ao máximo a
possibilidade de formação de identificação e, portanto, de envolvimento
dramático. É simples.
Na sua dramaturgia, Brecht usa a narrativa fabular na
maior parte dos casos. Em Mãe Coragem e Seus Filhos, ela se volta para a
burguesia mercantil e industrial alemã que, no período das guerras mundiais, se
enriquecia com o conflito e não se dava conta de que seus filhos morriam na
guerra. Não há, como se sabe, heróis na obra de Brecht. Coragem é como ele a
apresenta; não devemos chorar por ela, cabe mais um sorriso de quem entendeu o
processo. Está claro que Mãe Coragem... pode ser levada ao palco com força
dramática, como já foi várias vezes, pois a peça pode permitir isso pela
presença de conflitos. Mas do ponto de vista estritamente brechtiano, o melhor
é afastar Coragem e seus filhos de qualquer descaminho dramático que acabaria
por fazer uma perfeita tragédia burguesa.
Hoje vivemos no teatro uma época de estruturas mistas. O
dramático e o dialético já convivem em cena e texto. O drama é belíssimo, e o
teatro de Brecht também. Os dois juntos prometem uma síntese notável no futuro
próximo. Assim, grupos seguirão na sua busca pura do teatro dialético, outros
farão tragédias burguesas e outros ainda montarão peças aristotélicas
misturadas com Brecht. Que se dê liberdade aos criadores, mas que se compreenda
melhor Bertolt Brecht.
05
A didática é a técnica, o meio característico utilizado
no processo de formação dos indivíduos na civilização ocidental para democratizar
o saber. A passagem dos valores culturais dá-se através do ato de ensinar, a
partir de critérios específicos que orientam a transmissão dos conhecimentos de
um grupo a outro em nossa sociedade tão desigual. Naturalmente há aí muitos
interesses em jogo e quem detém o poder do saber e da informação pode fazer
disso uma arma eficaz para a dominação e a manipulação das massas ignorantes,
sobretudos nos países do terceiro mundo. Desse modo, os procedimentos didáticos
acabaram se resumindo muitas vezes em mecanismos simplificadores que ocultam a
complexidade inerente à toda realidade e reduzem-na a esquemas simples e
acessíveis, anulando
portanto a reflexão.
O didatismo brechtiano, explicitamente presente em muitas
de suas chamadas Lehrstücke (peças didáticas), acrescenta a toda essa técnica
fossilizada um impulso revolucionário. Utilizando-se de processos didáticos na
estruturação destes textos, Bertolt Brecht (1898-1956) se propõe a mostrar as
atitudes humanas tidas como habituais distanciando-as a fim de que o público se
sinta à vontade para julga-las e ponderar sobre novas possibilidades de agir em
circunstâncias semelhantes. Estas peças que almejam unir Estética e Pedagogia
são hoje muitas vezes desprezadas por sua rigidez dramática e moral, mas
conduzem sem dúvida a um modelo de ensino e aprendizagem que aponta para um
"teatro do futuro".
A peça didática foi escrita para ser vivenciada e não
apenas assistida; nela o espectador precisa tomar partido ao invés de meramente
se identificar, e assim desnudar o mundo das aparências, do cinismo e da
hipocrisia no qual vivemos neste século. Nesse movimento dialético funda-se a
didática brechtiana e consequentemente o exercício da consciência crítica, tão
apregoado em seus textos teóricos. Sem dúvida, nessa amostragem didática do
mundo que aponta para sua própria transformação, Brecht reforça a função de
entretenimento do teatro, procurando modificar toda uma tradição pedagógica e
abrir novos caminhos para a educação : "O que podemos dizer propriamente é
que a oposição entre aprender e divertir-se não é uma oposição necessária por
natureza, uma oposição que sempre existiu e sempre terá de existir".
Discutir o didatismo implica em problematizar as relações
históricas de poder ao qual ele serve, e Brecht, dentro de uma perspectiva
marxista, elege como alvo prioritário de crítica as contradições imanentes à
organização da sociedade burguesa e a lógica desumana e cruel que rege o
desenvolvimento e a expansão das crenças capitalistas. Referindo-se a este
ponto nevrálgico de uma sociedade assentada em instituições envoltas pela aura
de eternidade e de naturalidade, sua peça A Exceção e a Regra termina com os
seguintes versos:
"Que tudo o que é considerado habitual
Provoque inquietação.
Na regra, descubram o abuso.
E sempre que o abuso for encontrado,
Encontrem o remédio."
Desse modo, o autor centraliza suas preocupações
pedagógicas numa classe social historicamente revolucionária e interessada na
mudança da sociedade, afinal a instrução tem significados diferentes para as
diversas camadas de uma população - igualada astutamente pelo poder através do
termo "povo". Por conseguinte, as classes sociais que usufruem das
benesses do progresso e petrificadas nesta situação, não vêem efetivamente
nenhuma razão para transformações, sobretudo no que se refere às formas de
aprendizagem vigentes nas sociedades construídas com base na injustiça e na
distribuição desigual de seus bens e de suas criações. Afirma Brecht :
"Mas há outras camadas da população que estão descontentes com a sua situação;
que têm um enorme interesse prático pela instrução; que querem se orientar a
todo custo; que sabem que sem instrução estão perdidas - estes estudantes são
os melhores e os mais sequiosos de saber."
Criador de uma nova pedagogia fundamentada na experiência,
Galileu – o próprio e sobretudo o personagem da peça de Brecht - , ao enaltecer
as verdades históricas subjacentes à História oficial, faz brotar com vigor a
força das idéias novas que se chocam com o poder estabelecido, e convencem o
indivíduo/espectador pela utilização de uma argumentação concreta e sensível.
Assim Galileu ensina a Andrea a posição dos astros no universo fazendo
desmoronar um outro universo, abstrato, indemonstrável, sustentado pela e
sustentando a ideologia dominante, e acaba cunhando o primado da pedagogia de
Brecht : "onde antes havia a crença cega, agora há a dúvida".
Hoje, a falência da didática acadêmica e os métodos
obsoletos ainda presentes na maioria de nossas instituições de ensino, têm como
contrapartida, de um lado, a ignorância e a apatia generalizada, e de outro, a
arte hermética caracterizada pela inexistência do diálogo entre o artista e a
sociedade. Em nosso mundo neoliberal globalizado onde a regra é "se dar
bem" custe o que custar e doa a quem doer, quase não há espaço para a
reivindicação de valores éticos básicos para uma vida mais harmoniosa em
sociedade, tais como solidariedade, justiça, senso de responsabilidade e amor
ao próximo. Qualquer filminho americano ou novelinha de TV deixa claro que isso
não passa de história da carochinha, de uma utopia retrógrada e já devidamente
ridicularizada pelos arautos do novo mundo pós-
moderno.
Portanto, a índole ética do teatro de Brecht pressupõe a
negação das normas e preceitos vigentes, e a rejeição das orientações massificantes
que formam o centro de forças da vida moderna; por outro lado, sua busca e sua
fundamentação de uma nova maneira de aprender abre caminho para as
experimentações, pesquisas de linguagem, novas formas de relacionamento social
e possibilidades de reelaboração do jogo teatral, a partir da reivindicação do
prazer, não mais como uma "marca burguesa", mas como uma necessidade
humana que não precisa ser desvinculada da arte e menos ainda do ensino. Para
Brecht, arte e sociedade pressupõem-se; com suas especificidades, elas se
contradizem e se complementam. Assim, não faz sentido escrever uma peça que não
tenha como tema a sociedade e que não leve o público a compreender melhor a si
mesmo e ao mundo, proporcionando-lhe ao mesmo tempo um tipo de diversão sadia e
refinada. Esclarece Otavio Paz : "Não há poesia sem sociedade, mas a
maneira de ser social da poesia é contraditória; afirma e nega simultaneamente
a fala que é palavra social; não há sociedade sem poesia, mas a sociedade não
pode realizar-se nunca como poesia, nunca é poética. As vezes, os dois termos
aspiram a desvincular-se. Não podem. Uma sociedade sem poesia careceria de
linguagem: todos diriam a mesma coisa ou ninguém falaria; sociedade transumana
em que todos seriam um ou cada um seria um todo auto-suficiente."
Brecht ambicionou fazer do teatro uma das formas mais
eficazes para a educação crítica e social do homem, não só nos espaços
destinados aos espetáculos teatrais, mas também nas escolas e instituições
similares. Num ensaio defendendo o teatro amador, Brecht afirma: "Muitas
vezes, esquecemos o quanto é teatral a educação do homem. A criança, muito
antes de estar munida de argumentos, experimenta de maneira totalmente teatral
como deve se portar.(...) São processos teatrais que formam o caráter. O homem
copia gestos, mímica, falas.(...) O adulto não é diferente. Sua educação não
pára nunca. Só os mortos não são transformados por seus semelhantes. Isso
explica o significado do jogo teatral para a formação do caráter.(...) A arte
do teatro é a mais humana e difundida de todas as artes, aquela que é a mais
praticada, ou seja, aquela que não é exercida apenas no palco, mas também na
vida."
Neste sentido, o didatismo brechtiano tem muito a
contribuir para a evolução da humanidade e o aperfeiçoamento da organização
social. Seus procedimentos pretendem recuperar a palavra, o diálogo e a
linguagem do corpo, tão presentes e importantes nas relações sociais e
afetivas, - e priorizar não as verdades absolutas e aceitas como tais, mas a
praxis, a experiência da arte através da qual o homem amplia suas
possibilidades de expressão e de compreensão da realidade forjando assim uma
existência digna de um ser sensível e racional. E sobretudo resgatar a
importância social do teatro e fazer do aprendiz um participante ativo e
necessário que "contempla" e, ao mesmo tempo, "faz", que
"desfruta" e simultaneamente "atua", abolindo de vez o
legado platônico/televisivo que dá primazia à mera contemplação/assistência
sedentária em detrimento da experiência efetiva integral.
ERLON JOSÉ PASCHOAL
Diretor de Teatro, Dramaturgo e tradutor
06
Teatro Épico:
Bertolt Brecht
A dramaturgia de
Bertolt Brecht é oposta ao surrealismo e ao Teatro Realista convencional, é um
Teatro Épico, de cunho político, ligado ao socialismo (realismo socialista) com
características Antiaristotélicas.
O Épico (na Definição Clássica): Épico é tudo aquilo que
diz respeito à Epopéia: relato poético de aventuras grandiosas de um ou vários
heróis, inspiradas na história, na imaginação ou em mitos e lendas.
O Épico em Brecht: Épico com intenções políticas e que
diz respeito a um herói surrado e batido, que deve ser analisado com lógica e
bom senso, com distanciamento das emoções e, se necessário, contestado e
criticado pelo espectador.
Tinha propósitos didáticos, e era essencialmente
dialético. Em seu teatro era importante não interpretar a realidade e sim
transformá-la e despertar no espectador à vontade de agir na realidade.
BERTOLT BRECHT (1898 – 1956) Dramaturgo, romancista,
roteirista e poeta alemão, revolucionou o idioma alemão e o teatro moderno,
transformando o drama antes subjugado pela influência de Goëthe. Influenciado
pelo teatro oriental usou música, dança e uma estética visual estilizada.
Sua peça mais famosa é "Mãe Coragem": através
dos sofrimentos de uma vendedora ambulante durante a Guerra dos 30 anos mostra
a dependência entre o capitalismo e a guerra.
Mãe Coragem é uma comerciante e vive da Guerra, precisa
que ela continue, mas ao mesmo tempo a guerra lhe ceifa filhos um a um.
Mas em "Galileu Galilei" Brecht consegue fundir
o todo e a parte, nos traz um retrato rico de um ser humano e ao mesmo tempo
analisa uma situação social.
É raro o dramaturgo moderno que não tenha sido
influenciado por ele. Brecht abriu as trilhas para um teatro popular, renovou a
cena teatral numa época em que dominavam as fórmulas cansadas do realismo
convencional. Apesar da coincidência de datas Brecht nunca foi realmente
expressionista, e muitas vezes criticou os exageros da época e seu teatro
demonstrou uma atitude construtiva, pedagógica e social.
Brecht retomou a prática da forma Épica dos mitos gregos,
mas convida o público a não se identificar com o herói, mas sem envolver-se
emocionalmente procurar analisá-lo objetivamente, criticando suas ações e
relacionando-as com a realidade social do momento.
O EFEITO "DISTANCIAMENTO" DE BRECHT
Não aceita a teoria da catarse trágica, da purgação das
emoções de Aristóteles. O ator é incentivado a permitir que o espectador se
distancie da emoção do personagem para melhor ressaltar o raciocínio, para
poder julgar e tirar conclusões sobre o que está assistindo. E principalmente,
convida o espectador a não achar normais e naturais as contradições, os
preconceitos e as injustiças deste mundo. É um teatro histórico e político na medida
que, de uma maneira didática, faz com que o espectador entenda as contradições
em que vive, e o estimula, através do teatro, a modificar a realidade deste
mundo.
PRINCIPAIS OBRAS DRAMÁTICAS DE BERTOLT BRECHT
1o Período: influência expressionista e tendências
realistas/naturalistas. Num primeiro momento, Brecht limita-se a denunciar o
processo de alienação do homem no regime capitalista, o desespero diante da
condição humana, a sua redução a número. Mas usa, como arma a ironia e não a
revolta dos expressionistas.
Obras:
Baal (1918)
Tambores na Noite (1920)
Na selva das Cidades (1921)
2o Período: Do indivíduo para o coletivo, situações
gerais, hábitos das massas.
Obras:
(Lux in Tenebris1923)
O homem é um homem (1924)
Cachorro de Elefante (1924)
Mahagonny (1927)
Vida de Eduardo II da Inglaterra (1924)
3o Período: surgimento do teatro didático fortemente
influenciado pela concepção filosófica do Marxismo – fase que marca o início do
teatro didático de Brecht (ensinar e esclarecer através do teatro)
Obras:
Santa Joana dos Matadouros (1929)
Aquele que diz sim e aquele que diz não (1930)
A Exceção e Regra (1930).
4o Período: Período de grande maturidade.
Horácios e Curiácios (1935)
Terror e Misérias do 3o.Reich (1935)
Galileu Galilei (1937)
Os fuzis da Sra. Carrar (1937).
Mãe Coragem (1938)
(A Alma Boa de Setzuan1938)
O senhor Puntila e seu criado Matti (1940)
Arturo Ui (1941)
Soldado Schweyk na 2a. Guerra Mundial (1942)
O círculo de giz Caucasiano (1955)
A teoria de Brecht está relatada na publicação de sua autoria:
"O pequeno Organon"e foi colocada em prática em inúmeras montagens do
Teatro "Berliner Ensemble" (na Alemanha), sob a direção do próprio
Brecht. Essas montagens memoráveis influenciaram muitos dramaturgos e
encenadores no mundo inteiro.
Bertolt Brecht não visava a total destruição da ilusão
teatral, mas o fim do artificialismo da cena da época. Não nega a emoção e sim
convida o espectador a raciocinar. Seu teatro é também divertimento e
entretenimento. Afirma que razão e sentimento, ensinamento e prazer devem estar
equilibrados na cena. Brecht em sua fase mais madura transformou o seu teatro
épico em um agradável aprendizado.
Desperta dúvidas sobre a visão estereotipada da realidade
e da justiça dos homens, usa argumentos e faz com que se use a razão, para
decidir, diante do fato que o teatro apresenta.
Apela para a consciência do espectador e mostra que o
homem pode mudar, que seus preconceitos e fraquezas podem e devem ser
avaliados, à luz da razão, para que saia da acomodação do dia a dia. Estimula o
homem a pensar criticamente a própria realidade, tomar decisões e agir para
transformá-la.
Em sua peça "A Exceção e Regra", os atores ao
final se dirigem ao público e solicitam que não considerem como coisa normal as
cenas de injustiça e preconceito que acabaram de assistir.
Brecht sugere um "distanciamento" das emoções e
um "estranhamento" diante da realidade que foi exposta na peça
"A Exceção e a Regra"
(Epílogo)
"Assim acaba a história de uma viagem.
Vocês viram e ouviram aquilo que é normal, que acontece
todo dia.
Nós, porém, lhes pedimos:
Mesmo sendo normal, considerem isto estranho!
Considerem injustificável, mesmo se habitual!
Que possa surpreendê-los aquilo que é usual!
Vocês devem reconhecer na regra o abuso e
onde encontrá-lo, procurem
remediá-lo!"
No Epílogo de "Alma boa de Setzuan", Brecht
deixa por conta do público a reflexão sobre um novo final para a peça na qual
Brecht afirma que "os bons não podem ser bons por muito tempo",
porque num mundo injusto, violento e egoísta o homem bom precisa se defender
para não ser destruído.
"Alma Boa de Setzuan"
(Epílogo)
Senhoras e Senhores, não se zanguem, por favor!
Sabemos muito bem que o espetáculo ainda deve ser
corrigido.
Eram histórias lindas trazidas pela brisa,
mas a brisa parou e ficamos com um fim muito ruim.
Como dependemos da vossa aprovação
desejamos, ai!que nosso trabalho seja apreciável.
Estamos, como vós, desapontados, e é com consternação
que vemos a cortina fechar sobre tal fim.
Na vossa opinião que devemos fazer?
Mudar o mundo ou a natureza humana?
Acreditar em causas maiores e melhores - ou em nada?
Teremos que encontrar cada um sozinho
Ou procurarmos juntos?
Não há, irmãos, um fim melhor para nossa história?
Senhores e senhoras, ajudem-nos a encontrá-lo!
Tem que haver! Tem que haver! Tem que haver!
TEATRO ÉPICO
Brecht
resumiu da seguinte forma as diferenças básicas encontradas no seu Teatro Épico
em relação ao drama tradicional:
PRODUÇÃO
TEATRAL DE BRECHT
Ø1919- BAAL (estréia em 1922)
Ø1922- Trommen in der Nacht / TAMBORES NA NOITE
Ø1923- Leben Eduards des Zweiten von England/VIDA DE
EDUARDO DA INGLATERRA
Ø1924- In Diericht de Städte/ NA SELVA DAS CIDADES
(adaptação de uma peça de Christopher Malolwe)
Estes quatro
primeiros textos têm profundas características expressionistas, muito
influenciados por Rimbaud; de qualquer modo tratam de conflitos sociais e da
postura do indivíduo diante destas questões.
Ø1926 - CASAMENTO DO PEQUENO BURGUÊS - O MENDIGO OU O CÃO
MORTO - A EXPULSÃO DO DIABO - LUX IN TENEBRIS - O LANCE DE REDE
Durante o
período em que compôs essas peças, Brecht foi bastante influenciado
por Charles Chaplin e pelo maior palhaço de sua época, Valentin,
enveredando assim pelas comédias. Apesar de bastante interessantes, nenhuma
delas é ponto sólido e de grande relevância na obra de Brecht.
Ø1927- Mann ist Mann/UM HOMEM É UM HOMEM
Ø1928- Die Dreigroschenoper/ A ÓPERA DOS TRÊS VINTÉNS
São comédias
satíricas que marcam a transição do expressionismo para um niilismo
iconoclasta. As peças são musicadas e a crítica a sociedade burguesa é mais
direta e anarquica do que no primeiro momento. Elas acabaram deixando Brecht
famoso mundialmente.
Ø1930-Aufstieg und Fall der Mahagonny/ ASCENSÃO E QUEDA
DA CIDADE DE MAHAGONNY
Ø1930-Die Massnahne/ A MEDIDA
Ø1930- Die Heilige Joanna der Schlachthöfe/ A SANTA JOANA
DOS MATADOUROS
Ø1930- Der Jassager, der Neinsager/ AQUELE QUE DIZ SIM,
AQUELE QUE DIZ NÃO (adaptação de um teatro nô japonês)
Ø1933- Die Mutter/ A MÃE (adaptação do romance homônimo
de Gorki)
Estas peças
demonstram a força do teatro político de Brecht e sua escolha por este estilo,
são peças didáticas que visam levar o espectador a pensar sobre sua condição.
Ø1935/1938-Furcht und elend desa Drittre Reichs/ TERROR E
MISÉRIA DO TERCEIRO REICH
Ø1937- Die Gewehre der Frau Carrar/ OS FUZIS DA SENHORA
CARRAR
Ø1937/1939- Leben des Galileu/ A VIDA DE GALILEU
Ø1938/1941- Der Gute Mensch Von Szuan/ A ALMA BOA DE
SETSUAN ( estréia em 1943)
Ø1939- Mutter Courage und ihre Kinder/ MÃE CORAGEM E SEU
FILHOS
Ø1940- Herr Puntila und sein Knecht Matti/ Sr. Puntila e
seu Criado Matti
Ø1941- Der Aufhaltsame Aufstieg des Arturo Ui/ A
RESISTÍVEL ASCENSÃO DE ARTURO UI
Ø1947/1948- Die Antigone des Sophorles/ ANTÍGONE DE
SÓFOCLES (adaptação da tragédia)
Ø1948- Der Kaurasische Kreiderreis/ O CÍRCULO DE GIZ
CAUCASIANO
Estas obras marcam o período do exílio de Brecht onde ele
desenvolveu mais as técnicas do teatro épico e bem com as de distanciamento que
a complementam. São elas também a peças mais elaboradas do autor.
BIBLIOGRAFIA
BRASILEIRA DE BRECHT
Nesta
oportunidade, vamos enumerar as publicações brasileiras editadas com a obra de
Bertolt Brecht, encontráveis em editoras e livrarias.
"Em nosso teatro, diante da natureza e diante da
sociedade, que atitude produtiva podemos tomar para o prazer de todos nós,
filhos de uma época científica? Essa atitude é uma atitude crítica. Diante de
um rio, consiste em regularizar seu curso; tratando-se de uma árvore frutífera,
enxertá-la; tratando-se do problema dos transportes, construir veículos
terrestres, marítimos e aéreos; tratando-se da sociedade, fazer a revolução.
Nossas representações da vida comum dos homens destinam-se aos que dominam os
rios e as árvores, aos construtores de veículos e aos revolucionários; a todos
esses convidamos para virem ao nosso teatro, pedindo-lhes que, quando aqui
estiverem, não esqueçam seus alegres prazeres, pois queremos entregar o mundo a
seus cérebros e a seus corações, para que o transformem a seu critério.” B.B.
Sou um escritor de peças, mostro
o que vi, no mercado dos homens.
Vi como o homem é negociado, isso
eu mostro, eu, o escritor de peças.
Para poder mostrar o que vejo
consultei os espetáculos de outros
povos e de outras épocas.
Reescrevi algumas peças, com cuidado
examinando a técnica usada e
assimilando
aquilo que me podia ser útil.
E também as frases que eram
pronunciadas
dei a elas uma marca especial.
Para que fossem como as sentenças
que se anota
para que não sejam esquecidas.”
ØBrecht, Bertolt. A ALMA BOA DE SETSUAN : Parábola. Trad.
Geir Campos e Antonio Bulhões. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1992. V.7 10 partes. Mais de 20 personagens. figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A ALMA BOA DE SETSUAN. Trad. Geir
Campos e Antonio Bulhões. In:---- Teatro. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1977. V.2, p. 7-145. (Teatro de Bertolt Brecht) 10 atos. 32
personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A ALMA BOA DE SETSUAN. Trad. Geir
Campos e Antonio Bulhões. Rio de Janeiro: Antunes, 1959. 167 p. 24 personagens.
ØBrecht, Bertolt. ANÍBAL: fragmento. Trad. Ingrid Dormien
Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1995. V.12 5 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A ANTÍGONA DE SÓFOCLES. Trad. Angelika
E. Köhnke e Christine Roehrig. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1993. V.10 3 partes. 11 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. ANTOLOGIA POÉTICA. Versão e prefácio de
Edmundo Moniz.. 3ª ed. Rio de Janeiro : Elo Editora, 1982. 132 p. (Coleção
Poesias selecionadas)
ØBrecht, Bertolt. AQUELE QUE DIZ SIM E AQUELE QUE DIZ NÃO:
óperas escolares. Trad. Luiz Antônio Martinez Corrêa e Marshall Netherland.
In:-----Teatro completo em 12 volumes.. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. V.32
partes. 6 personagens.
ØBrecht, Bertolt. ASCENSÃO E QUEDA DA CIDADE DE MAHAGONY:
ópera. Trad. Luiz Antônio Martinez Corrêa e Wolfgang Bader. In:-----Teatro
completo em 12 volumes.. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. V.3 20 partes. 8
personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. BAAL. Trad. Marcio Aurélio e Willi
Bolle. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1986. V.1 3 partes. Mais de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. OS CABEÇAS REDONDAS E OS CABEÇAS
PONTUDAS OU RICO SE DÁ COM RICO: UMA FÁBULA DE HORROR. Trad. Christine Roehrig
e Marcos Renaux. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1991. V.5 11 partes. Mais de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. CARTA INÉDITA. Folha de São Paulo, 8
fev. 1998. Mais! p.6.
ØBrecht, Bertolt. O CASAMENTO DO PEQUENO-BURGUÊS. Trad.
Luiz Antônio Martinez Corrêa com a colab. de Wilma Rodrigues. In:-----Teatro
completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. V.1 1 parte. 9
personagens.
ØBrecht, Bertolt. O CÍRCULO DE GIZ CAUCASIANO. Trad. Geir
Campos. In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977. V.3, p.
7-127. (Teatro de Bertolt Brecht) Música Paul Dessau. 6 partes. 63 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O CÍRCULO DE GIZ CAUCASIANO. Trad. Geir
Campos. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1992. V.9 6 partes. Mais de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O CÍRCULO DE GIZ CAUCASIANO. Trad.
Manuel Bandeira. 89 p. Mimeo. 6 atos. 53 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A COMPRA DO COBRE: EXERCÍCIOS PARA OS
ATORES. Trad. Edélcio Mostaço. 20 p.
ØBrecht, Bertolt. CONTRA A GLÓRIA ORGÂNICA PELA
ORGANIZAÇÃO. Mimeo.
ØBrecht, Bertolt. CORIOLANO. Adapt. da peça de William
Shakespeare. Trad. Erlon José Paschoal. In:-----Teatro completo em 12 volumes.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.11 5 atos. 14 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. CRÍTICA DAS REPRESENTAÇÕES. Mimeo. AMM
ØBrecht, Bertolt; Knispel, Gerson. CRUZADA DE CRIANÇAS:
24 GRAVURAS. São Paulo: Brasiliense, 1962. 34 p. 24 gravuras.
ØBrecht, Bertolt. A DANÇA DA MORTE EM SALZBURGO:
fragmento. Trad. Ingrid Sormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.12 1 parte. 8 personagens.
ØBrecht, Bertolt. DANSEN. Trad. Marcos Renaux e Christine
Roehrig. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1992. V.7 3 partes. 2 personagens.
ØBrecht, Bertolt. DE NADA, NADA VIRÁ: comédia; fragmento.
Trad. Ingrid Dormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.12 1 parte. 5 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. DECADÊNCIA DO EGOÍSTA JOHANN FATZER:
fragmento. Trad. Ingrid Dormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.12 3 partes. 9 personagens. Figurantes.
Coro.
ØBrecht, Bertolt. A DECISÃO: peça didática. Trad. Ingrid
Dormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1988. V.3 8 partes. 12 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O DELATOR. 8p. Mimeo. 1 cena. 4
personagens.
ØBrecht, Bertolt. DIÁRIOS DE BRECHT : DIÁRIOS DE 1920 A
1922; anotações autobiográficas de 1920 a 1954. Organizado por Herta Ramthun.
Trad. Reinaldo Guarany. Porto Alegre: L&PM, 1995. 190 p.
ØBrecht, Bertolt. OS DIAS DA COMUNA. Pref. e trad. José
Coutinho. Lisboa: Editorial Caminho, 1981. 126 p. 14 partes. Mais de 20
personagens.
ØBrecht, Bertolt. OS DIAS DA COMUNA. Trad. Fernando
Peixoto. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1993. V.10 14 partes. Mais de 20 personagens.
ØBrecht, Bertolt. DIZ-QUE-SIM & DIZ-QUE-NÃO: ópera
escolar. Trad. Geir Campos. In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1977. V.2, p. 219-48. (Teatro de Bertolt Brecht) 2 partes. 6
personagens.
ØBrecht, Bertolt. DON JUAN; baseado na peça de Molière.
Trad. Christine Roehrig. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1995. V.12 4 atos. 20 personagens.
ØBrecht, Bertolt. ELE EXPULSA UM DIABO. Trad. Erlon José
Paschoal. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1986. V.1 9 partes. 7 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. ESTUDOS SOBRE TEATRO. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1978. 210 p.
ØBrecht, Bertolt. A EXCEÇÃO E A REGRA: peça didática.
Trad. Geir campos. In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1977. V.3, p. 213-47. (Teatro de Bertolt Brecht) 9 partes. 11 personagens.
ØBrecht, Bertolt. A EXCEÇÃO E A REGRA: peça didática.
Trad. Geir campos. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1990. V.4 9 partes. 11 personagens.
ØBrecht, Bertolt. A EXCEÇÃO E A REGRA. São Paulo: Teatro
Experimental Comunicação Anhembi. 19 p. Mimeo.
ØBrecht, Bertolt. A EXCEÇÃO E A REGRA. Trad. Mario da
Silva. Cadernos de Teatro, n.61, p.15-25, abr.-jun.1984. Moralidade. 8 atos. 6
personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O FILHOTE DE ELEFANTE: apêndice para
"Um homem é um homem"; um entreato para o foyer. Trad. Fernando
Peixoto. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987. V.2 1 parte. 6 personagens
ØBrecht, Bertolt. FUNÇÃO SOCIAL DO TEATRO. Jornal do
Arena, São Paulo, V.1, n.4, p.2-3, dez.1975.
ØBrecht, Bertolt. OS FUZIS DA SENHORA CARRAR. 27 p.
Mimeo. 9 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. OS FUZIS DA SENHORA CARRAR. Trad.
Antonio Bulhões. In: -----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1976. V.1, p. 111-54. (Teatro de Bertolt Brecht)
ØAPROVEITANDO UMA IDÉIA DE J.M SYNGE. 9 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. OS FUZIS DA SENHORA CARRAR. Trad. de Antonio
Bulhões. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1991. V.6 1 parte. 9 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. GALILEU GALILEI. Trad. Roberto Schwarz.
São Paulo: Mimeo, com carimbos da censura. 15 atos. 51 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. GÖSTA BERLING: fragmento. Trad. Ingrid
Dormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1995. V.12 1 parte. 8 personagens.
ØBrecht, Bertolt. HISTÓRIAS DO SR. KEUNER. Trad. Paulo
César Souza. Sao Paulo: Brasiliense, 1989. 113 p.
ØBrecht, Bertolt. OS HORÁCIOS E OS CURIÁCIOS. Trad. Mario
da Silva. In: -----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.
p.155-86. (Teatro de Bertolt Brecht) 6 personagens. Figurantes. Coro.
ØBrecht, Bertolt. OS HORÁCIOS E OS CURIÁCIOS: peça
escolar. Trad. de Mario da Silva. . In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1991. V.5 3 partes. 6 personagens. Figurantes. 02
coros.
ØBrecht, Bertolt. A IMPORTÂNCIA DE ESTAR DE ACORDO. 47 p.
Mimeo. Contém Partitura. 12 personagens. Coro.
ØBrecht, Bertolt. O JULGAMENTO DE LUCULUS: peça
radiofônica. Trad. Gilda Oswaldo Cruz e Geir Campos. In:-----Teatro completo em
12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. V.7 Peça radiofônica. 14 partes.
ØBrecht, Bertolt. O JULGAMENTO DE LUCULUS: peça
radiofônica. Trad. de Gilda Oswaldo Cruz e Geir Campos. In:-----. Teatro. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. V.5. (Teatro de Bertolt Brecht) Peça
radiofônica. 14 partes.
ØBrecht, Bertolt. LUZ NAS TREVAS. Trad. Geir Campos.
In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. V.4, p.119-45.
(Teatro de Bertolt Brecht) 9 partes. 5 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. LUZ NAS TREVAS. Trad. Geir Campos.
In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. V.1 9
partes. 5 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. MÃE CORAGEM E SEUS FILHOS: uma crônica
da Guerra dos Trinta Anos. Trad. Geir Campos. In: -----. Teatro. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1976. p.7-109. (Teatro de Bertolt Brecht) 16
personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. MÃE CORAGEM E SEUS FILHOS: uma crônica
da guerra dos trinta anos. Trad. Geir Campos. In:-----Teatro completo em 12
volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. V.6 11 partes. 15 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A MÃE: a vida da revolucionária Pelagea
Wlassowa, segundo o romance de Máximo Gorki. Trad. João das Neves.
In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. V.4
14 partes. Mais de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O MENDIGO OU O CACHORRO MORTO. Trad.
Fernando Peixoto. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1986. V.1 1 parte. 2 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. NA SELVA DAS CIDADES. Trad. Elizabeth
Kander , Fernando Peixoto e Renato Borghi. 50 p. Mimeo. 17 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. NA SELVA DAS CIDADES. Trad. Fernando
Peixoto; Elizabeth Kander; Renato Borghi; Wolfgang Bader. In:-----Teatro
completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. V.2 11 partes. 14
personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. NA SELVA DAS CIDADES: a luta de dois
homens na megalópole de Chicago. Trad. Geir Campos. In:-----. Teatro. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1977. V.3, p. 129-211. (Teatro de Bertolt
Brecht) 11 partes. 14 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. OS NEGÓCIOS DO SENHOR JÚLIO CÉSAR.
Trad. Irene Aron. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. 195 p.
ØBrecht, Bertolt. OS NEGÓCIOS DO SENHOR JÚLIO CÉSAR: fragmento
de romance. Trad. Alfredo Antonio Gerhardt. Sao Paulo: Hemus, 1970. 220 p.
ØBrecht, Bertolt. A ÓPERA DOS TRÊS TOSTÕES. Trad. Mauro
da Silva e R. Magalhães Junior. Mimeo. AMM
ØBrecht, Bertolt. A ÓPERA DOS TRÊS VINTÉNS. Trad.
Wolfgang Bader e Marcos Roma Santa. Versificação das canções Wira Selanski.
In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. V.3 9
partes. 12 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A PADARIA: cantorias e canções. 16 p. 3
cenas. 15 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A PADARIA: fragmento. Trad. Ingrid
Dormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1995. V.12 Cantos e canções. 3 cenas. 11 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A peça didática de BADEN-BADEN sobre o
acordo. Trad. Fernando Peixoto. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1988. V.3 11 partes. 9 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A peça didática de BADEN-BADEN sobre o
acordo. Trad. Fernando Peixoto. In:-----. Teatro Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1978. V.6. (Teatro de Bertolt Brecht) 11 partes. 9 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A PESCARIA. Trad. Erlon José Paschoal.
In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. V.1 1
parte. 12 personagens.
ØBrecht, Bertolt. POEMAS: 1913-1956. Seleção, trad. e
posfácio: Paulo Cesar Souza. Sao Paulo: Brasiliense, 1986. 329 p.
ØBrecht, Bertolt. O PRECEPTOR. Adapt. da obra de Jakob
Michael Reinhold Lenz. Trad. Christine Roehrig. In:-----Teatro completo em 12
volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.11 17 partes. 20 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O PROCESSO DE JOANA D'ARC EM ROUEN -
1431. Baseado na peça radiofônica de Ana Seghers. Trad. Erlon José Paschoal.
In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.11
16 partes. Mais de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. QUANTO CUSTA O FERRO? Trad. Marcos
Renaux e Christine Roehrig. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1992. V.7 4 partes. 6 personagens.
ØBrecht, Bertolt. A RADIODIFUSÃO COMO MEIO DE
COMUNICAÇÃO; O rádio, um descobrimento antidiluviano? Sugestões aos diretores
artísticos do rádio. O Estado de São Paulo, 7 feV. 1988. Cultura. p.D4-5.
ØBrecht, Bertolt. A RESISTÍVEL ASCENSÃO DE ARTURO UI: uma
parábola. Trad. Angelika E. Köhnke. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1992. V.8 15 partes. Mais de 20 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. ROMANCE DOS TRÊS VINTÉNS. Trad. Lya
Luft. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1976. 359 p.
ØBrecht, Bertolt. A SANTA JOANA DOS MATADOUROS. Novos
Estudos CEBRAP, São Paulo, V.1, n.4, p.64-71, noV.1982.
ØBrecht, Bertolt. A SANTA JOANA DOS MATADOUROS. Trad. e
estudo introdutório de Roberto Schwarz. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. 189
p. (Coleção Leitura) 12 partes. 14 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A SANTA JOANA DOS MATADOUROS. Trad.
Roberto Schwarz. 105 p. Mimeo. 14 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. SANTA JOANA DOS MATADOUROS. Trad.
Roberto Schwarz. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1990. V.4 12 partes. 14 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. SCHWEYK NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.
Trad. Sergio Viotti. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1992. V.9 8 partes. Mais de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O SENHOR PROPRIETÁRIO E O SEU CRIADO.
Trad. Fiama Hasse Pais Brandão. In: -----. Teatro IV. Lisboa: Portugália. p.207-332.
(Teatro, 7) Música Paul Dessau. 21 personagens.
ØBrecht, Bertolt. OS SETE PECADOS CAPITAIS DOS
PEQUENO-BURGUESES. Trad. Fernando Peixoto. In:-----Teatro completo em 12
volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. V.4 7 partes. 7 personagens.
ØBrecht, Bertolt. OS SETE PECADOS MORTAIS DOS PEQUENOS
BURGUESES. Trad. e posfácio de José Coutinho e Castro. Porto: Ediçoes
Afrontamento, 1986. 53 p. 7 partes. 7 personagens.
ØBrecht, Bertolt. O SR. PUNTILA E SEU CRIADO MATTI. Trad.
Millor Fernandes. In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1978. V.4, p.7-117. (Teatro de Bertolt Brecht) 12 partes. 25 personagens.
ØBrecht, Bertolt. O SR. PUNTILA E SEU CRIADO MATTI. Trad.
Millor Fernandes. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1992. V.8 12 partes. Mais de 20 personagens.
ØBrecht, Bertolt. O SR. PUNTILA E SEU CRIADO MATTI. Trad.
Millor Fernandes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966. 213 p. ( Teatro
hoje, V.4). 25 personagens.
ØBrecht, Bertolt. TAMBORES E TROMBETAS. Adapt. de peça de
George Farquhar. Trad. Milton Camargo Mota. In:-----Teatro completo em 12
volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.12 12 partes. Mais de 20
personagens.
ØBrecht, Bertolt. TAMBORES NA NOITE. Trad. Fernando
Peixoto. In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977. V.2,
p.147-217. (Teatro de Bertolt Brecht) 5 atos 14 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. TAMBORES NA NOITE. Trad. Fernando
Peixoto. 56 p. Mimeo. 5 atos. 21 personagens
.
ØBrecht, Bertolt. TAMBORES NA NOITE: comédia. Trad.
Fernando Peixoto. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1986. V.1 5 atos. 18 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. TEATRO. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1976. 6 V. (Teatro de Bertolt Brecht) 6 V.
ØBrecht, Bertolt. TEATRO COMPLETO EM 12 VOLUMES. Trad.
Fernando Peixoto, Willi Bolle, Geir Campos.... Rio de Janeiro: Paz e Terra. 12
V. (Coleção Teatro)
ØBrecht, Bertolt. TEATRO DIALÉTICO: ensaios. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1967. 283 p.
ØBrecht, Bertolt. TERROR E MISÉRIA DO III REICH. Cleyde
Yaconis Produções artísticas. 20 p. Mimeo. 21 personagens.
ØBrecht, Bertolt. TERROR E MISÉRIA DO TERCEIRO REICH.
Trad. Gilda Oswaldo Cruz. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1991. V.5 24 cenas. 14 personagens.
ØBrecht, Bertolt. TERROR E MISÉRIAS DO III REICH. Trad.
Gilda Oswaldo Cruz. In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1978. V.6. (Teatro de Bertolt Brecht) 24 cenas. 14 personagens.
ØBrecht, Bertolt. TURANDOT ou o congresso das lavadeiras.
Trad. Aderbal Freire Filho e Renato Icarahy da Silveira. In:-----Teatro
completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993. V.10 10 partes. Mais
de 20 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. UM HOMEM É UM HOMEM. Trad. Aldomar
Conrado e Carlos de Queiroz Telles. 60 p. Mimeo. 1 ato. 10 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. UM HOMEM É UM HOMEM: a transformação do
estivador Galy Gay, nas barracas militares de Kilkoa, no ano de mil novecentos
e vinte e cinco; comédia. Trad. Fernando Peixoto. In:-----Teatro completo em 12
volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. V.2 11 partes. 9 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. A VERDADEIRA HISTÓRIA DE JAKOB GEHERDA.
Trad. Erlon José Pascoal. 15 p. Mimeo. 16 personagens.
ØBrecht, Bertolt. A VERDADEIRA VIDA DE JACÓ VEMCÁ:
fragmento. Trad. Erlon José Paschoal. In:-----Teatro completo em 12 volumes.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. V.12 1 parte., 2 canções. 13 personagens.
Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. VIDA DE CONFÚCIO: fragmento. Trad.
Ingrid Dormien Koudela. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1995. V.12 1 parte. 4 personagens.
ØBrecht, Bertolt; Feuchtwanger, Lion. A VIDA DE EDUARDO
II DA INGLATERRA: crônica, segundo Marlowe. Trad. Antonieta da Silva Carvalho e
Celeste Aída Galeao. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1987. V.2 12 partes. Mais de 20 personagens.
ØBrecht, Bertolt. VIDA DE GALILEU. Trad. Roberto Schwarz.
In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. V.6
15 partes. 10 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. VIDA DE GALILEU. Trad. Roberto Schwarz.
In:-----. Teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. V.5. (Teatro de
Bertolt Brecht) 10 personagens. Figurantes. 15 partes.
ØBrecht, Bertolt. VIDA DE GALILEU. Trad. Roberto Schwarz.
São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 1970. 92 p. Mimeo. 15 atos. 51
personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. AS VISÕES DE SIMONE MACHARD. Trad.
Angelika E. Köhnke. In:-----Teatro completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1992. V.9 4 partes. 12 personagens. Figurantes.
ØBrecht, Bertolt. O VÔO SOBRE O OCEANO: peça didática
radiofônica para rapazes e moças. Trad. Fernando Peixoto. In:-----Teatro
completo em 12 volumes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. V.3 Peça
radiofônica. 17 partes.
ØBrecht, Bertolt. O VÔO SOBRE O OCEANO: peça didática
radiofônica para rapazes e moças. Trad. Fernando Peixoto. In:-----. Teatro. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978. V.6. (Teatro de Bertolt Brecht) Peça
radiofônica. 17 partes.
POEMAS DE
BERTOLD BRECHT
OS QUE LUTAM
Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.
O ANALFABETO POLÍTICO
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que
odeia
a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce à
prostituta,
o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,
pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.
NADA É IMPOSSÍVEL DE MUDAR
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de
hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem
sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.
PRIVATIZADO
Privatizaram sua vida, seu trabalho, sua hora de amar e seu direito de pensar.
É da empresa privada o seu passo em frente,
seu pão e seu salário. E agora não contente querem
privatizar o conhecimento, a sabedoria,
o pensamento, que só à humanidade pertence.
SOBRE A VIOLÊNCIA
A corrente impetuosa é chamada de violenta.
Mas o leito do rio que a contem
Ninguém chama de violento.
A tempestade que faz dobrar as bétulas
é tida como violenta.
E a tempestade que faz dobrar
os dorsos dos operários na rua?
DAS ELEGIAS DE BUCKOW
Viesse um vento
Eu poderia alçar vela.
Faltasse vela
Faria uma de pano e pau.
FERRO
No sonho esta noite
Vi um grande temporal.
Ele atingiu os andaimes
Curvou a viga
A feita de ferro.
Mas o que era de madeira
Dobrou-se e ficou.
SE FÔSSEMOS INFINITOS
Fossemos infinitos
Tudo mudaria
Como somos finitos
Muito permanece.
QUEM SE DEFENDE
Quem se defende porque lhe tiram o ar
ao lhe apertar a garganta, para este há um parágrafo
que diz: ele agiu em legitima defesa. Mas
O mesmo parágrafo silencia
quando vocês se defendem porque lhes tiram o pão.
E, no entanto morre quem não come, e quem não come o suficiente
morre lentamente. Durante os anos todos em que morre
não lhe é permitido se defender.
PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída
quem a reconstruiu tanta vezes? Em que casas
da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que
a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma esta cheia de arcos do triunfo.
Quem os ergueu? Sobre quem
triunfaram os Cesares? A decantada Bizâncio
tinha somente palácios para os seus habitantes? Mesmo
na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada
naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada pagina uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.
EU SEMPRE PENSEI
E eu sempre pensei: as mais simples palavras
devem bastar. Quando eu disser como é
O coração de cada um ficara dilacerado.
Que sucumbiras se não te defenderes
isso logo veras.
NÃO NECESSITO DE PEDRA TUMULAR
Não necessito de pedra tumular, mas
se necessitarem de uma para mim
gostaria que nela estivesse:
Ele fez sugestões
Nós as aceitamos.
Por tal inscrição
Estaríamos todos honrados.
LENDO HORACIO
Mesmo o dilúvio
não durou eternamente.
Veio o momento em que
As águas negras baixaram.
Sim, mas quão poucos
sobreviveram!
EPITÁFIO PARA GORKI
Aqui jaz
O enviado dos bairros da miséria
O que descreveu os atormentadores do povo
E aqueles que os combateram
O que foi educado nas ruas
O de baixa extração
Que ajudou a abolir o sistema de Alto a Baixo
O mestre do povo
Que aprendeu com o povo.
NA MORTE DE UM COMBATENTE DA PAZ
À memória de Carl von Ossietzky.
Aquele que não cedeu
foi abatido.
O que foi abatido
Não cedeu.
A boca do que preveniu
está cheia de terra.
A aventura sangrenta
começa.
O túmulo do amigo da paz
é pisoteado por batalhões.
Então a luta foi em vão?
Quando é abatido o que não lutou só.
O inimigo
Ainda não venceu.
A MÁSCARA DO MAL
Em minha parede há uma escultura de madeira japonesa
máscara de um demônio mau, coberta de esmalte dourado.
Compreensivo observo
as veias dilatadas da fronte, indicando
como é cansativo ser mal.
REFLETINDO SOBRE O INFERNO
Refletindo, ouço dizer, sobre o inferno.
Meu irmão Shelley achou ser ele um lugar
mais ou menos semelhante à Londres. Eu
que não vivo em Londres, mas em Los Angeles
acho, refletindo sobre o inferno, que ele deve
assemelhar-se mais ainda a Los Angeles.
Também no inferno
existem, não tenho dúvidas, esses jardins luxuriantes.
Com as flores grandes como árvores, que naturalmente fenecem.
Sem demora, se não são molhadas com água muito cara.
E mercados de frutas
Com verdadeiros montes de frutos, no entanto
sem cheiro nem sabor. E intermináveis filas de carros
Mais leves que suas próprias sombras, mais rápidos
que pensamentos tolos, automóveis reluzentes, nos quais
gente rosada,vindo de lugar nenhum,vai a nenhum lugar.
E casas construídas para pessoas felizes, portanto vazias.
Mesmo quando habitadas.
Também as casas do inferno não são todas feias.
Mas a preocupação de serem lançados na rua
consome os moradores das mansões não menos que
os moradores do barracos.
NA GUERRA MUITAS COISAS CRESCERÃO
Ficarão maiores
As propriedades dos que possuem
E a miséria dos que não possuem
As falas do guia*
E o silêncio dos guiados.
* Führer
COMO BEM SEI
Como bem sei
os impuros viajam para o inferno
através do céu inteiro.
São levados em carruagens transparentes:
isto embaixo de vocês, lhe dizem
É o céu.
Eu sei que lhes dizem isso
pois imagino
que justamente entre eles
há muitos que não o reconheceriam, pois eles
precisamente
imaginavam-no mais radiante
JAMAIS TE AMEI TANTO
Jamais te amei tanto, ma soeur
como ao te deixar naquele pôr do sol
o bosque me engoliu, o bosque azul, ma soeur
sobre o qual sempre ficavam as estrelas pálidas
no Oeste.
Eu ri bem pouco, não ri, ma soeur
eu que brincava ao encontro do destino negro -
enquanto os rostos atrás de mim lentamente
iam desaparecendo no anoitecer do bosque azul.
Tudo foi belo nessa tarde única, ma soeur
jamais igual, antes ou depois -
é verdade que me ficaram apenas os pássaros
que à noite sentem fome no negro céu.
A MINHA MÃE
Quando ela acabou, foi colocada na terra.
Flores nascem, borboletas esvoejam por cima...
Ela, leve, não fez pressão sobre a terra.
Quanta dor foi preciso para que ficasse tão leve!
TAMBÉM O CÉU
Também o céu às vezes desmorona
E as estrelas caem sobre a terra
Esmagando-a com todos nós.
Isto pode ser amanhã.
O NASCIDO DEPOIS
Eu confesso: eu
não tenho esperança.
Os cegos falam de uma saída. eu vejo.
Após os erros terem sido usados
como última companhia, à nossa frente
senta-se o nada.
EPÍSTOLA SOBRE O SUICÍDIO
Matar-se
é coisa banal.
Pode-se conversar com a lavadeira sobre isso.
Discutir com um amigo os prós e os contras.
Um certo pathos, que atrai
deve ser evitado.
Embora isto não precise absolutamente ser um dogma.
Mas melhor me parece, porém
uma pequena mentira como de costume:
Você está cheio de trocar a roupa de cama, ou melhor,
ainda:
sua mulher foi infiel
(Isto funciona com aqueles que ficam surpresos com essas coisas e não é muito
impressionante)
De qualquer modo
não deve parecer
que a pessoa dava
importância demais a si mesmo.
UM HOMEM PESSIMISTA
Um homem pessimista
é tolerante.
Ele sabe deixar a fina cortesia desmanchar-se na língua
quando um homem não espanca uma mulher
e o sacrifício de uma mulher que prepara café para seu amado
com pernas brancas sob a camisa -
isto o comove.
Os remorsos de um homem que
vendeu o amigo
abalam-no, a ele que conhece a frieza do mundo
e como é sábio
falar alto e convencido
no meio da noite.
SOUBE
Soube que
nas praças dizem de mim que durmo mal.
Meus inimigos, dizem, já estão assentando casa.
Minhas mulheres põem seus vestidos bons
em minha ante-sala esperam pessoas
conhecidas como amigas dos infelizes.
Logo
ouvirão que não como mais
mas uso novos ternos.
Mas o pior é: eu mesmo
observo que me tornei
mais duro com as pessoas.
QUEM NÃO SABE DE
AJUDA
Como pode a voz que vem das casas
ser a da justiça
se os pátios estão desabrigados?
Como pode não ser um embusteiro aquele que
ensina os famintos outras coisas
que não a maneira de abolir a fome?
Quem não dá o pão ao faminto
quer a violência
quem na canoa não tem
lugar para os que se afogam
não tem compaixão.
Quem não sabe de ajuda
que cale.
ACREDITE APENAS
Acredite apenas no que seus olhos vêem e seus ouvidos
ouvem!
Também não acredite no que seus olhos vêem e seus
ouvidos ouvem!
Saiba também que não crer algo significa algo crer!
COM CUIDADO EXAMINO
Com cuidado examino
meu plano: ele é
grande, ele é
Irrealizável.
OS ESPERANÇOSOS
Pelo que esperam?
Que os surdos se deixem convencer
e que os insaciáveis
lhes devolvam algo?
Os lobos os alimentarão, em vez de devorá-los!
Por amizade
os tigres convidarão
a lhes arrancarem os dentes!
É por isso que esperam!
NO SEGUNDO ANO DE MINHA FUGA
No segundo ano de minha fuga
li em um jornal, em língua estrangeira
que eu havia perdido minha cidadania.
Não fiquei triste nem alegre
ao ver meu nome entre muitos outros
bons e maus.
A sina dos que fugiam não me pareceu pior
do que a sina dos que ficavam.
PARA LER DE MANHÃ E À NOITE
Aquele que amo
disse-me
que precisa de mim.
Por isso
cuido de mim
olho meu caminho
e receio ser morta
por uma só gota de chuva.
DE QUE SERVE A BONDADE
1
De que serve a bondade
se os bons são imediatamente liquidados, ou são liquidados
aqueles para os quais eles são bons?
De que serve a liberdade
se os livres têm que viver entre os não-livres?
De que serve a razão
se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?
2
Em vez de serem apenas bons, esforcem-se
para criar um estado de coisas que torne possível a bondade.
Ou melhor: que a torne supérflua!
Em vez de serem apenas livres, esforcem-se
para criar um estado de coisas que liberte a todos.
E também o amor à liberdade
Torne supérfluo!
Em vez de serem apenas razoáveis, esforcem-se
para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo.
Um mau negócio.
A CRUZ DE GIZ
Eu sou uma criada. Eu tive um romance
com um homem que era da sa.
Um dia, antes de ir
ele me mostrou, sorrindo, como fazem
para pegar os insatisfeitos.
Com um giz tirado do bolso do casaco
ele fez uma pequena cruz na palma da mão.
Ele contou que assim, e vestido à paisana
anda pelas repartições do trabalho
onde os empregados fazem fila e xingam
e xinga junto com eles, e fazendo isso
em sinal de aprovação e solidariedade
dá um tapinha nas costas do homem que xinga
e este marcado com a cruz branca
é apanhado pela sa. nós rimos com isso.
Andei com ele um ano, então descobri
que ele havia retirado dinheiro
da minha caderneta de poupança.
Havia dito que a guardaria para mim
pois os tempos eram incertos.
Quando lhe tomei satisfações, ele jurou
que suas intenções eram honestas. Dizendo isso
pôs a mão em meu ombro para me acalmar.
Eu corri, aterrorizada. Em casa
olhei minhas costas no espelho, para ver
se não havia uma cruz branca.
AS MARGENS
Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem.
O VOSSO TANQUE
GENERAL É UM CARRO FORTE
Derruba uma floresta esmaga cem Homens,
mas tem um defeito - precisa de um motorista.
O vosso bombardeiro, General
é poderoso:
voa mais depressa que a tempestade
e transporta mais carga que um elefante.
Mas tem um defeito - precisa de um piloto.
O homem, meu General, é muito útil:
sabe voar, e sabe matar
mas tem um defeito - sabe pensar.
A EXCEÇÃO E A REGRA
Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o cotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso
mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.
TODA MANHÃ PARA GANHAR MEU PÃO VOU AO MERCADO
onde se compram mentiras.
Esperançoso,
entro na fila dos vendedores.
A FUMAÇA
A pequena casa entre árvores no lago.
Do telhado sobe fumaça.
Sem ela
quão tristes seriam
casa, árvores e lago.
AS RUAS DO MEU TEMPO CONDUZIAM AO PÂNTANO.
A linguagem denunciou-me ao carrasco.
Eu pouco podia fazer. Mas os que estavam por cima
estariam melhor sem mim, disso tive esperança.
DA SEDUÇÃO DOS ANJOS
Anjos seduzem-se: nunca ou a matar.
Puxa-o só para dentro de casa e mete-lhe
a língua na boca e os dedos sem frete
por baixo da saia até se molhar.
Vira-o contra a parede, ergue-lhe a saia
E fode-o. Se gemer, algo crispado
segura-o bem, fá-lo vir-se em dobrado
para que do choque no fim te não caia.
Exorta-o a que agite bem o cú.
Manda-o tocar-te os guizos, atrevido
diz que ousar na queda lhe é permitido
desde que entre o céu e a terra flutue.
Mas não o olhes na cara enquanto fodes
E as asas, rapaz, não lhas amarrotes.
ELOGIO DA DIALÉTICA
A injustiça passeia pelas ruas com passos seguros.
Os dominadores se estabelecem por dez mil anos.
Só a força os garante.
Tudo ficará como está.
Nenhuma voz se levanta além da voz dos dominadores.
No mercado da exploração se diz em voz alta:
Agora acaba de começar:
E entre os oprimidos muitos dizem:
Não se realizará jamais o que queremos!
O que ainda vive não diga: jamais!
O seguro não é seguro. Como está não ficará.
Quando os dominadores falarem,
falarão também os dominados.
Quem se atreve a dizer: jamais?
De quem depende a continuação desse domínio?
De quem depende a sua destruição?
Igualmente de nós.
Os caídos que se levantem!
Os que estão perdidos que lutem!
Quem reconhece a situação como pode calar-se?
Os vencidos de agora serão os vencedores de amanhã.
E o "hoje" nascerá do "jamais".
ELOGIO DO REVOLUCIONÁRIO
Quando aumenta a repressão, muitos desanimam.
Mas a coragem dele aumenta.
Organiza sua luta pelo salário, pelo pão
e pela conquista do poder.
Interroga a propriedade:
De onde vens?
Pergunta a cada idéia:
Serves a quem?
Ali onde todos calam, ele fala
E onde reina a opressão e se acusa o destino,
ele cita os nomes.
À mesa onde ele se senta
se senta a insatisfação.
À comida sabe mal e a sala se torna estreita.
Aonde o vai a revolta
e de onde o expulsam
persiste a agitação.
Com quem o justo se recusa a ir à mesa
se se trata de ajudar a justiça
Que remédio pareceria demasiado amargo
ao moribundo?
Que baixeza você recusaria cometer
para extirpar toda a baixeza?
Se você pudesse transformar o mundo, o que
você não aceitaria fazer?
Quem é você?
Mergulha no lodo,
beija o carniceiro, mas
transforma o mundo.
Ele precisa ser transformado.
ESSE DESEMPREGO!
Meus senhores, é mesmo um problema
esse desemprego!
Com satisfação acolhemos
toda oportunidade
de discutir a questão.
Quando queiram os senhores! a todo momento!
Pois o desemprego é para o povo
um enfraquecimento.
Para nós é inexplicável
tanto desemprego.
Algo realmente lamentável
que só traz desassossego.
Mas não se deve na verdade
dizer que é inexplicável
pois pode ser fatal
dificilmente nos pode trazer
a confiança das massas
para nós imprescindível.
É preciso que nos deixem valer
pois seria mais que temível
permitir ao caos vencer
num tempo tão pouco esclarecido!
Algo assim não se pode conceber
com esse desemprego!
Ou qual a sua opinião?
Só nos pode convir
esta opinião: o problema
assim como veio, deve sumir.
Mas a questão é: nosso desemprego
não será solucionado
enquanto os senhores não
ficarem desempregados!
EXPULSO POR BOM MOTIVO
Eu cresci como filho
de gente abastada. Meus pais
me colocaram um colarinho, e me educaram
no hábito de ser servido.
E me ensinaram a dar ordens. Mas quando
já crescido, olhei em torno de mim.
Não me agradaram as pessoas da minha classe e me juntei
à gente pequena.
Assim
eles criaram um traidor, ensinaram-lhe
suas artes, e ele
denuncia-os ao inimigo.
Sim, eu conto seus segredos. fico
entre o povo e explico
como eles trapaceiam, e digo o que virá, pois
estou instruído em seus planos.
O latim de seus clérigos corruptos
traduzo palavra por palavra em linguagem comum,
Então
ele se revela uma farsa. tomo
a balança da sua justiça e mostro
os pesos falsos. e os seus informantes relatam
que me encontro entre os despossuídos, quando
tramam a revolta.
Eles me advertiram e me tomaram
o que ganhei com meu trabalho. E quando me corrigi
eles foram me caçar, mas
em minha casa
encontraram apenas escritos que expunham
suas tramas contra o povo. então
enviaram uma ordem de prisão
acusando-me de ter idéias baixas, isto é
as idéias da gente baixa.
Aonde vou sou marcado
aos olhos dos possuidores.
Mas os despossuídos
lêem a ordem de prisão
e me oferecem abrigo. Você, dizem
foi expulso por bom motivo.
LENDO HORÁCIO
Mesmo o dilúvio
não durou eternamente.
Veio o momento em que
as águas negras baixaram.
Sim, mas quão poucos
sobreviveram!
NO MURO ESTAVA ESCRITO COM GIZ:
Eles querem a guerra.
Quem escreveu
já caiu.
O MANETA NO BOSQUE
Banhado de suor ele se curva
para pegar o graveto. Os mosquitos
espanta com um movimento de cabeça. Com os joelhos
amarra a lenha com dificuldade. Gemendo
se apruma, ergue a mão
para ver se chove. A mão erguida
do temido guarda SS.
OS MAUS E OS BONS
Os maus temem tuas garras
Os bons se alegram de tua graça.
Algo assim gostaria de ouvir
Do meu verso.
PERGUNTAS DE UM OPERÁRIO QUE LÊ.
Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilônia, tantas vezes destruída,
quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
da lima dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a muralha da china para onde
foram os seus pedreiros? A grande Roma
está cheia de arcos de triunfo. quem os ergueu? Sobre
quem
triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
sò tinha palácios
para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
na noite em que o mar a engoliu
viu afogados gritar por seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou as Índias
sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
chorou. e ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos.
Quem mais a ganhou?
Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias
quantas perguntas
PRECISAMOS DE VOCÊ.
Aprende - lê nos olhos,
lê nos olhos - aprende
a ler jornais, aprende:
a verdade pensa
com tua cabeça.
Faça perguntas sem medo
não te convenças sozinho,
mas vejas com teus olhos.
Se não descobriu por si,
na verdade não descobriu.
Confere tudo ponto
por ponto - afinal
você faz parte de tudo,
também vai no barco,
aí pagar o pato, vai
pegar no leme um dia.
Aponte o dedo, pergunta
que é isso? Como foi
parar aí? Por que?
Você faz parte de tudo.
Aprende, não perde nada
das discussões, do silêncio.
Esteja sempre aprendendo
por nós e por você.
Você não será ouvinte
diante da discussão,
não será cogumelo
de sombras e bastidores,
não será cenário
para nossa ação
SE FOSSEMOS INFINITOS
Fossemos infinitos
tudo mudaria
Como somos finitos
muito permanece.
TEMPOS SOMBRIOS
Realmente, vivemos tempos sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.
Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes,
pois implica em silenciar
sobre tantos horrores.
ola, vi na bibliografia o texto ØBrecht, Bertolt. CONTRA A GLÓRIA ORGÂNICA PELA ORGANIZAÇÃO. Mimeo.. Vcs tem esse texto em portugues? podem disponibilizá-lo? grato
ResponderExcluirCaro Geo,
ResponderExcluirAs publicações sobre a obra de Brecht no mercado editorial brasileiro são poucas.
Uma fonte confiável onde você pode conseguir o volume referido é a Fundação Goethe, na capital de São Paulo, fundação esta que difunde pelo mundo as obras literárias alemãs e outras especificidades da língua.
Não temos conhecimento de alguma editora brasileira tenha publicado o volume citado.